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Filas em terminal de Londrina | Gilberto Abelha/ Gazeta do Povo
Filas em terminal de Londrina| Foto: Gilberto Abelha/ Gazeta do Povo

Movimento

Demanda deve aumentar na Região Metropolitana de Maringá

Levantamento feito pela Comem aponta que quase 600 mil pessoas utilizaram as linhas metropolitanas da região de Maringá no ano passado. Foram 372 mil passageiros em Sarandi e outros 225 mil em Paiçandu. Para João Carvalho Pinto, essa demanda tende a aumentar ao longo deste ano com a instalação da Cidade Industrial de Maringá e do Tecnoparque, espaços que devem receber cerca de 400 empresas. "A previsão é de que sejam criados 6 mil empregos diretos. Ou seja, o número de usuários do transporte metropolitano será maior", prevê.

Apesar de não ter dados sobre o número de pessoas que transitam entre as cidades da Região Metropolitana de Londrina (RML), o coordenador da RML, Victor Hugo Dantas, defende que boa parte dos moradores das cidades menores utiliza transporte intermunicipal diariamente. "A integração é prioridade. É possível realizá-la, desde que haja vontade política e interesse dos envolvidos." (BK e MA)

Seis ônibus, duas horas de estrada e um gasto de R$ 14 fazem parte da rotina diária da representante de atendimento Taísa Pansonato, 26 anos. Moradora de Primeiro de Maio, no Norte do estado, ela gasta R$ 2,80 para ir de casa até Sertanópolis e mais R$ 4,20 até Londrina, onde trabalha em um Call Center. Viagem de quase 80 quilômetros que poderia ser mais cara, não fosse o terceiro ônibus fretado que a leva gratuitamente do centro de Londrina até o serviço. "Senão, seria mais R$ 2,20 para ir até lá e R$ 2,20 para voltar. Já reclamamos, mas não adianta. Antes, quando outra empresa operava, o valor era ainda maior."

Todos os dias, milhares de moradores dos municípios vizinhos de Londrina e Maringá enfrentam uma maratona parecida com a de Taísa, por conta da falta de integração do transporte coletivo entre as cidades das duas regiões metropolitanas. O assunto voltou à pauta das prefeituras após o anúncio de que o governo do estado irá subsidiar o transporte público nas principais cidades do Paraná, a partir do segundo semestre, com a condição de que haja avanços no quesito integração.

Otimismo

Na Região Metropolitana de Londrina (RML), onde a integração do transporte deve beneficiar 16 municípios e 800 mil habitantes, uma reunião para lançar e oficializar o projeto está marcada para segunda-feira. Além da RML, as prefeituras de Apucarana e Arapongas têm participado das discussões. "Todos os prefeitos estão bem otimistas. Com esse subsídio será possível diminuir o valor da tarifa para os passageiros", afirma o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff.

O prefeito de Cambé, João Pavinato, destaca que a integração será "muito boa para o usuário". Contudo, ele ressalta que é preciso comprometimento e colaboração entre os municípios. Johnny Lehmann, prefeito de Rolândia, defende que a integração deve ser tratada de forma séria pelas cidades. "O programa tem que ser feito o mais rápido possível."

A Coordenação da Região Metropolitana de Maringá (Comem), que é composta por 25 municípios e atende a 600 mil passageiros, promete um novo estudo técnico de viabilidade do passe integrado. A princípio, a proposta de integração envolve as linhas metropolitanas de Sarandi e Paiçandu com as linhas urbanas de Maringá, o que pode ser ampliado posteriormente. "A proposta será devidamente analisada pelos governos estadual e dos municípios. Acredito que até o fim deste primeiro semestre teremos a definição do modelo que será usado, favorecendo os municípios da região metropolitana e não onerando o passageiro de Maringá," diz o coordenador da Comem, João Carvalho Pinto.

"É insuportável,"

reclama a diarista Darlene Cristina da Silva, 42 anos, que mora em Jataizinho e todo os dias pega um coletivo até Londrina para trabalhar. "O ônibus de Jataizinho custa R$ 2,80 e pago mais R$ 2,20 para chegar ao serviço. São R$ 10 por dia. Ainda bem que minha patroa paga. Mas tem muita firma que não quer contratar gente de fora, por causa disso."

Do bolso

Já a diarista de Assaí Maria do Carmo dos Santos, 40 anos, que trabalha na Gleba Palhano (zona sul de Londrina), precisa tirar parte da passagem do próprio bolso. "A patroa só paga o [ônibus] de Londrina. O de Assaí custa R$ 3,80, é um gasto a mais, não tem como. Fora que é sempre lotado, a viagem demora 1h15 e é difícil conseguir lugar para sentar."

Mais de um

A zeladora Gertrudes Baldrush mora em Paiçandu e paga R$ 2,60 para chegar a Maringá. Se quiser tomar outro coletivo dali, são mais R$ 2,95. "A inte­­gração ajudaria muito porque várias pessoas que trabalham aqui [em Maringá] precisam pegar dois ônibus. Tem patrão que não quer pagar isso. Poderiam mudar es­­tes valores, até porque os coletivos são da mesma empresa."

Colaborou Gabriela Baptistotti, do Jornal de Londrina

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