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O delegado da Polícia FederalJesse Coelho de Almeida, que comanda a Operação Laio, contra produção e divulgação de imagens de sexo envolvendo crianças e adolescentes, disse nesta terça-feira (15) que a internet "não é um local de anonimato". Os policiais chegaram à rede internacional de pedofilia por meio de investigação na web – com autorização judicial, eles se passaram por um pedófilo e acessaram um grupo fechado que praticava o crime.

"Uma operação dessas serve para mostrar às pessoas que a internet não é um local de anonimato. A pessoa que comete um crime na internet vai ser alcançada em algum momento pela Justiça", afirmou o delegado. Sete pessoas foram presas em flagrante, em dois estados, durante o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão.

De acordo com a PF, seis suspeitos foram presos no estado de São Paulo – na capital, em Mauá (no ABC), São Vicente (no litoral do estado), Paulínia, Piracicaba e Votuporanga (as três no interior de São Paulo) – e um em Rio Acima, em Minas Gerais. Eles irão responder, segundo o delegado, por posse e divulgação desse tipo de material, cuja pena pode chegar a oito anos de reclusão.

A investigação que levou à rede começou há cerca de um ano em Campinas, a 97 km de São Paulo, com a prisão de um suspeito de pedofilia que, além de possuir material com esse conteúdo, distribuía fotos e vídeos para um grupo fechado na internet. "Esse grupo distribuía imagens e alguns deles chegavam a produzir também", afirmou o delegado. "Nossos policiais, mediante autorização judicial, se fizeram passar pelo pedófilo e se conectaram a esse grupo."

Com isso, foram identificados 11 suspeitos de pedofilia no Brasil e outros 60 em 23 países. A operação desta terça-feira (15) ocorria simultaneamente em quatro estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará) e no Distrito Federal. "Nesses 23 países, alguns nos comunicaram que fariam a repressão também nesta data, mas não temos o quadro completo dos países que estão fazendo, e não temos um resultado", afirmou.

O delegado antecipou, no entanto, que em um dos países envolvidos um caso chamou a atenção. "Em um dos países, a informação [passada pela polícia brasileira] foi muito útil e acelerou uma investigação que já estava iniciada. Eles disseram que se tratava de um caso de abuso de uma menina cega de 11 anos", afirmou, não detalhando o país onde aconteceu o caso por uma questão de sigilo.

A Polícia Federal irá fazer a perícia nas mídias digitais apreendidas durante a operação desta terça-feira. "O próximo passo é realizar a perícia no material apreendido e o resultado pode levar a outras implicações, como outros eventuais pedidos de prisão", disse. Os presos em flagrante foram levados para carceragens da Polícia Federal da cidade onde acabaram detidos, ou para municípios próximos.

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