
A administração do Hospital Evangélico e da Faculdade Evangélica entraram em regime de balanço nesta quinta-feira (18), após a decisão do Tribunal Regional Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) que nomeou Fabrício Cascardo Hito como interventor nas duas instituições. Hito passou o dia todo, nesta quinta, em reuniões com funcionários. Os sindicatos de trabalhadores do hospital (Sindesc) e da faculdade (Sinpes) sinalizaram um voto de confiança ao gestor.
Um dos trabalhos do interventor será fazer um relatório detalhado de toda a situação do hospital. Ele terá 30 dias prorrogáveis por mais 30 para fazer o levantamento de tudo o que entra e sai das duas instituições. Hito deve pronunciar-se após este período de acariação, segundo a assessoria do hospital. Ao Sindesc, ele teria prometido "priorizar os salários dos funcionários", segundo o tesoureiro do sindicato, Natanael Marchini.
O prazo para que Hito fique à frente é de 12 meses, a princípio, período no qual a diretoria e os conselheiros da mantenedora Sociedade Beneficente Evangélica (SEB) não terão controle administrativo e financeiro. O interventor pode tomar todas as medidas que julgar necessário, independente da opinião dos integrantes da SEB.
A nomeação ocorreu a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT). Tanto o hospital quanto a faculdade estão com graves problemas administrativos, que resultaram em dívidas trabalhistas e constantes atrasos nos pagamentos de funcionários e fornecedores. O MPT fala que há ao menos 1,3 mil ações trabalhistas contra a SEB.
Como autor da ação, o MPT irá acompanhar a intervenção, bem como os dados levantados neste processo. A procuradora responsável pelo processo, Patrícia Gaidex, explica em nota que as "interferências da SEB inviabilizavam a adoção de medidas necessárias à solução das questões trabalhistas", na avaliação do ministério, e daí surgiu o nome de Hito, "um interventor sem qualquer vínculo com o conselho". Na última segunda-feira (15) o próprio Hito foi contratado como diretor-geral do hospital.
Em nota assinada pelo presidente afastado João Jaime Nunes Ferreira, a Sociedade Evangélica limitou-se a dizer que "recebeu com serenidade a notícia" da intervenção, e prometeu fazer "tudo que estiver ao alcance para possibilitar ao novo gestor condições plenas para executar a missão determinada pela Justiça".
De imediato, o novo diretor têm como pendência o pagamento da 1ª parcela do 13º salário, que venceu no último dia 30, que ainda não foi paga. Outro desafio deve ser o pagamento da segunda parte do 13.º e do salário de dezembro. Além disso, segundo o Sindesc, o hospital ainda não pagou a rescisão dos 250 funcionários demitidos em 28 de novembro, após determinação da Prefeitura de Curitiba.



