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A fachada do Hospital Evangélico, no bairro Bigorrilho, em Curitiba | Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo
A fachada do Hospital Evangélico, no bairro Bigorrilho, em Curitiba| Foto: Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Acadêmicos receberam notícia em clima de férias

Em clima de recesso acadêmico, estudantes e professores da Faculdade Evangélica receberam de maneira morna a notícia da intervenção. Em parte, esta calma deve-se a uma recente decisão judicial que garantiu uma conta bancária em separado para o recebimento das mensalidades estudantis que é utilizada para o pagamento dos professores, explica o vice-presidente do sindicato dos professores (Sinpes), Valdyr Perrini.

A respeito da viabilidade dos cursos ofertados pela faculdade, o diretor de Marketing e Relações Institucionais da SEC Wilson Lucci acredita que "vão ser reavaliados sob a ótica da gestão". Sob este ponto de vista, não há risco de fechamento de nenhum curso, na opinião do sindicato. Isto porque "a faculdade é superavitária", segundo Perrini. Os professores devem manter se reunir com o interventor para discutir pagamento do 13º e do salário de dezembro no dia 12 de janeiro.

Um membro do Centro Acadêmico de Medicina, que não quis se identificar, revelou que os alunos ainda não se mobilizaram, devido às férias, mas revelou que há um medo que "o poder político da SEB" interfira no trabalho do interventor.

A administração do Hospital Evangélico e da Faculdade Evangélica entraram em regime de balanço nesta quinta-feira (18), após a decisão do Tribunal Regional Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) que nomeou Fabrício Cascardo Hito como interventor nas duas instituições. Hito passou o dia todo, nesta quinta, em reuniões com funcionários. Os sindicatos de trabalhadores do hospital (Sindesc) e da faculdade (Sinpes) sinalizaram um voto de confiança ao gestor.

Um dos trabalhos do interventor será fazer um relatório detalhado de toda a situação do hospital. Ele terá 30 dias – prorrogáveis por mais 30 – para fazer o levantamento de tudo o que entra e sai das duas instituições. Hito deve pronunciar-se após este período de acariação, segundo a assessoria do hospital. Ao Sindesc, ele teria prometido "priorizar os salários dos funcionários", segundo o tesoureiro do sindicato, Natanael Marchini.

O prazo para que Hito fique à frente é de 12 meses, a princípio, período no qual a diretoria e os conselheiros da mantenedora Sociedade Beneficente Evangélica (SEB) não terão controle administrativo e financeiro. O interventor pode tomar todas as medidas que julgar necessário, independente da opinião dos integrantes da SEB.

A nomeação ocorreu a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT). Tanto o hospital quanto a faculdade estão com graves problemas administrativos, que resultaram em dívidas trabalhistas e constantes atrasos nos pagamentos de funcionários e fornecedores. O MPT fala que há ao menos 1,3 mil ações trabalhistas contra a SEB.

Como autor da ação, o MPT irá acompanhar a intervenção, bem como os dados levantados neste processo. A procuradora responsável pelo processo, Patrícia Gaidex, explica em nota que as "interferências da SEB inviabilizavam a adoção de medidas necessárias à solução das questões trabalhistas", na avaliação do ministério, e daí surgiu o nome de Hito, "um interventor sem qualquer vínculo com o conselho". Na última segunda-feira (15) o próprio Hito foi contratado como diretor-geral do hospital.

Em nota assinada pelo presidente afastado João Jaime Nunes Ferreira, a Sociedade Evangélica limitou-se a dizer que "recebeu com serenidade a notícia" da intervenção, e prometeu fazer "tudo que estiver ao alcance para possibilitar ao novo gestor condições plenas para executar a missão determinada pela Justiça".

De imediato, o novo diretor têm como pendência o pagamento da 1ª parcela do 13º salário, que venceu no último dia 30, que ainda não foi paga. Outro desafio deve ser o pagamento da segunda parte do 13.º e do salário de dezembro. Além disso, segundo o Sindesc, o hospital ainda não pagou a rescisão dos 250 funcionários demitidos em 28 de novembro, após determinação da Prefeitura de Curitiba.

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