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Águas de julho

“Isso aqui era um paraíso”, diz morador para Beto Richa

Governador Beto Richa visitou na quinta-feira (16) a cidade de Francisco Beltrão, atingida por um tornado na segunda-feira (13) à noite. | Pedro Ribas/ANPr
Governador Beto Richa visitou na quinta-feira (16) a cidade de Francisco Beltrão, atingida por um tornado na segunda-feira (13) à noite. (Foto: Pedro Ribas/ANPr)

O beltronense Nelson Lavorati, morador do Km 8, área rural de Francisco Beltrão, no Sudoeste, levou quatro anos para deixar a propriedade com a sua cara. A casa tinha uma boa varanda, com poltronas, uma rede para descansar ao entardecer, vasos de flores, um gramado e uma piscina ao lado para se refrescar nas tardes quentes. Lavorati cuidava com muito zelo do seu pomar, com mais de 400 pés de amora preta, um pequeno parreiral de uvas, laranjas, poncãs, limões e bergamotas. Uma horta com muitos temperinhos verdes e duas estufas onde produzia produtos orgânicos, que eram vendidos na cidade e complementavam sua renda. A casa era o refúgio para descanso da família nos finais de semana e feriados (eles moram na cidade), e também o posto de trabalho de Lavorati, que todos os dias visitava o local.

Na tarde dessa quinta-feira, 16, com mãos trêmulas e água nos olhos, ele entregou uma dezena de fotos para o governador Beto Richa (PSDB) para mostrar como era seu lar e como ficou após o tornado que varreu a comunidade na segunda-feira. “Isso aqui era um paraíso”. O governador visitou o município para acompanhar os estragos causados pelo tornado da última segunda-feira. Ele chegou por volta das 12h50 no aeroporto municipal Paulo Abdala, acompanhado da esposa e secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, do presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), e foi recepcionado pelo prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB). O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que estava reunido com o governador pela manhã, não conseguiu vir junto e seguiu viagem para Santa Catarina.

Lavorati acredita que o investimento tenha passado de R$ 200 mil, mas o imóvel não estava segurado. Poucos tijolos ficaram em pé. A casa não tinha ninguém no momento que os ventos fortes atingiram a comunidade. “Eu até agora não estou conseguindo acreditar. Acho que estou bloqueado, não consigo pensar ou imaginar o que vou fazer. Então, quem sabe daqui uns dias a gente acorda, começamos limpar e colocamos tudo em pé de novo.” No único palanque que ficou em pé na casa, uma plaquinha resume bem o espírito da família: “A única luta que se perde é aquela que se abandona.”

Antes de visitar Francisco Beltrão, mais cedo, no Palácio Iguaçu, o governador e o ministro anunciaram a liberação de recursos para as cidades afetadas. O governo estadual informou que vai liberar R$ 3 milhões, principalmente compra de telhas. O ministério se comprometeu a destinar R$ 1,6 milhão. Os estragos no interior de Beltrão impressionaram a comitiva governamental. “A cena aqui é chocante, foi devastador por onde passou este tornado”, disse o governador.

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