
O advogado que aconselha a família do paranaense Rodrigo Gularte, Cleverson Teixeira, diz acreditar que os gestos diplomáticos do Brasil podem estar mais atrapalhando do que ajudando o paranaense. Gularte foi condenado à morte após tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, em 2004.
“Para evitar desgastes com o governo da Indonésia, a família não está se pronunciando abertamente sobre as ações diplomáticas. Mas creio que o endurecimento dessas relações não traz benefícios ao Rodrigo. Na verdade, cria mais enfrentamento”, afirmou ele, que é amigo pessoal de Gularte desde a infância.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, declarou na terça-feira (24) que o país não iria rever as decisões de aplicar a pena de morte a 11 condenados, incluindo a do brasileiro. Além de indonésios, estão no grupo de condenados cidadãos da França, Gana, Nigéria, Austrália e Filipinas.
O advogado afirma que a declaração do presidente da Indonésia não muda a situação de Gularte, pois não se refere especificamente ao brasileiro. Segundo ele, o principal é focar os esforços no laudo de esquizofrenia. “Existe previsão legal para a não execução de pessoas com doenças mentais na lei da Indonésia e esse deve ser o caminho das negociações”, afirmou.
Clarisse Gularte, mãe do paranaense, e as primas Lisiane Gularte e Angelita Muxfeldt estão em busca de todos os meios de apreciação do laudo médico que diagnostica esquizofrenia. “Elas já fizeram isso na Justiça e na própria prisão em que Rodrigo está detido. Clarisse deve também encaminhar um pedido pessoal de clemência ao presidente indonésio”, disse Lisiane.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do embaixador da Indonésia, gesto que significa que o Brasil está insatisfeito com o país.
O governo indonésio, por sua vez, decidiu convocar seu embaixador e também chamou o responsável pela diplomacia brasileira em Jacarta para explicações.



