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No Morro da Carioca, no centro de Angra dos Reis, 21 pessoas morreram em um deslizamento no início do ano | Gabriel Lopes/AFP
No Morro da Carioca, no centro de Angra dos Reis, 21 pessoas morreram em um deslizamento no início do ano| Foto: Gabriel Lopes/AFP

Despreparo e corrupção atrasaram resgate

Na madrugada de ontem, dezenas de turistas brasileiros que passaram uma semana isolados em Águas Calientes, cidade que funciona como base para excursões ao sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru, chegaram ao Brasil. Eles trouxeram histórias de falta de informações das autoridades, atrasos nos resgates e denúncias de corrupção.

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4,3 mil ainda estão fora de casa em Angra

Um mês após fortes chuvas provocarem uma tragédia em Angra dos Reis (RJ), a Defesa Civil municipal afirma que 4.366 pessoas ainda permaneciam desalojadas ontem na cidade. Elas foram obrigadas a deixar suas casas e estão hospedadas por familiares ou amigos. Os deslizamentos de terra ocorridos no primeiro dia do ano causaram a morte de 53 pessoas.

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Tragédias

Confira os dois casos que mais causaram mortes em decorrência das chuvas no Brasil:

1º de janeiro – O ano mal tinha iniciado e as fortes chuvas causaram dois desmoronamentos de terra, em Angra dos Reis (RJ), matando 53 pessoas. Desse total, 21 vítimas foram soterradas no Morro da Carioca, no centro da cidade, e outras 32 morreram quando uma pousada e várias casas foram cobertas pela terra na Ilha Grande, na Enseada do Bananal.

5 de janeiro – Cinco pessoas morreram após a queda de uma ponte sobre o Rio Jacuí, na RSC-287, que liga as cidades de Restinga Seca e Agudo, no Rio Grande do Sul. Entre 20 e 30 pessoas caíram da edificação, mas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros ou conseguiram sobreviver agarradas às árvores. Entre as vítimas estava o vice-prefeito de Agudo.

No estado, 27 mil são afetados pelos temporais

Os temporais dos últimos dias causaram estragos em 24 municípios do Paraná. Cinco pessoas morreram no município de Sengés e 27 mil pessoas foram afetadas na região Norte, nos Campos Gerais e na região metropolitana de Curitiba. As informações são da Defesa Civil paranaense.

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Pelo menos 180 pessoas morreram no Brasil em decorrência das chuvas de janeiro e suas consequências, de acordo com levantamento da Gazeta do Povo realizado com as Defesas Civis de 12 estados. Em geral, as regiões Sul e Sudeste concentram as ocorrências, mas também foram registrados óbitos em Tocantins, na região Norte. Os líderes em mortes são Rio de Janeiro e São Paulo, com 76 e 69 óbitos respectivamente. O elevado índice fluminense é puxado pelas 53 vítimas dos dois deslizamentos de terra em Angra dos Reis, no réveillon deste ano. No Rio Grande do Sul, a queda de uma ponte so­­bre o Rio Jacuí, na RSC-287, matou cinco pessoas no último dia 5.

Dos 12 estados pesquisados, 6 não registraram óbitos em razão das chuvas: Santa Catarina, Espí­ri­to Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia. Já os estados do Paraná, Minas Gerais e Tocan­tins, além de São Paulo, Rio de Ja­­neiro e Rio Grande do Sul, tiveram vítimas em seu território. Além das mortes, a invasão das águas causa outros danos às cidades e às pessoas. No Mato Grosso do Sul, cerca de R$ 22 milhões serão usados para recuperar municípios afetados pelas chuvas, casos de Aquidauana e Miranda, na região do Pantanal. Mais de 50 mil pessoas foram desabrigadas e desalojadas pelas tempestades – 43 mil apenas em São Paulo e Rio de Janeiro.

Os problemas causados pelas chuvas se devem ao elevado número de precipitações registradas em janeiro – praticamente em todas as cidades o índice pluviométrico superou as médias mensais de anos anteriores. São Paulo é um dos principais exemplos. A capital teve o maior volume de precipitações desde 1947, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): 480,5 milímetros (a média para o mês é de 258 milímetros). Os paulistanos não tiveram a companhia da chuva apenas em dois dias de janeiro. Fatos semelhantes ocorreram no Rio de Janeiro e em Angra dos Reis, mas a diferença para a média mensal foi menor que a dos paulistanos.

Nebulosidade

Meteorologista do Inmet, Neide Oliveira apresenta duas explicações para as intermináveis chuvas de janeiro. Uma grande nebulosidade que, em geral, se movimenta entre o norte do Paraná e o sul da Bahia estacionou sobre parte da Região Sudeste. Com isso, as tempestades se concentraram em determinados locais, caso de São Paulo e de partes do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O Espírito Santo, por exemplo, praticamente não foi afetado pelas chuvas. "Previmos índice de chuvas superior à média do mês para janeiro em São Paulo. Não esperávamos, porém, que fossem de tamanha intensidade", explica Neide.

E a umidade de algumas frentes frias que passam próximas ao litoral colabora na formação de tempestades tropicais, gerando a repetição de um fenômeno pa­­drão: calor forte durante parte do dia, formação de grandes nu­­vens negras no período da tarde e precipitação no início da noite. "O verão é uma estação mais úmida. Quando essa condição se soma à umidade trazida pelas frentes frias do litoral, as precipitações tendem a ser mais fortes", esclarece Neide.

Mortes

Bombeiros acharam na manhã de ontem o corpo do ciclista Anderson Vaz, 38 anos, que estava desaparecido desde o dia 26, quando um temporal atingiu a cidade de São Roque, na região de Sorocaba (SP). De acordo com testemunhas, Vaz tentou passar de bicicleta por uma área alagada e caiu no Córrego Araçaí. O corpo foi achado na margem do córrego, a centenas de metros do local da queda. Em Brotas (SP), o instrutor de esportes de aventura Ailton Santana Lima Oliveira, 33 anos, foi encontrado morto na tarde de domingo após ficar quase 24 horas desaparecido depois de entrar no Rio Jacaré Pepira para treinar boia cross. O rio estava quase três metros acima do nível normal.

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