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Esquife do ex-presidente é carregado por militares: diversas autoridades acompanharam a cerimônia em Brasília | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Esquife do ex-presidente é carregado por militares: diversas autoridades acompanharam a cerimônia em Brasília| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Dilma: hoje é dia de encontro do Brasil com sua história

A presidente Dilma Rousseff, que participou da cerimônia de recepção dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, em Brasília, disse em sua conta no Twitter que a homenagem é um encontro do Brasil com a sua história. "Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória".

Os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, chegaram na manhã de ontem a Brasília. A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia na Base Aérea da capital federal, ao lado da viúva de Jango, Maria Tereza Goulart. Os restos mortais foram exumados ontem, em São Borja (RS), cidade natal de Jango, onde o corpo do ex-presidente foi sepultado em 1976. A exumação foi decidida no mês passado, em trabalho coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A chegada dos restos mortais de Jango a Brasília ocorreu com prestação de honras militares e presença de altas autoridades, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor de Mello e José Sarney, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Foram prestadas honras de recepção, assim como ocorrerá na despedida. Entre outras cerimônias, as honras militares envolvem salva de 21 tiros, execução do Hino Nacional e condução do esquife com os restos mortais por militares.

Suspeita

Goulart, deposto em 1964 por militares que instalariam uma ditadura de 20 anos no Brasil, morreu em 1976 vítima de um ataque cardíaco. Familiares suspeitam, porém, que ele tenha sido envenenado. Isso será averiguado em Brasília. Haverá trabalhos de caráter antropológico, de DNA e exames de caráter toxicológico. Ou seja, será feito um cruzamento dos dados obtidos após a exumação com um mapeamento de substâncias venenosas que eram usadas no Cone Sul na época. Há peritos e observadores brasileiros e internacionais participando do processo. Não há prazos, entretanto, para a conclusão dos trabalhos.

Jango morreu na Ar­gentina em 6 de dezembro de 1976. Ele vivia em Mercedes, província de Corrientes, vizinha do Rio Grande do Sul. Na ocasião da morte, não foi realizada uma autópsia. O atestado de óbito cita somente o termo "enfermedad", ou seja, "doença", como motivo da morte. Com a exumação, o governo quer esclarecer se o ex-presidente morreu de causas naturais, ou seja, por problemas no coração – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou se foi vítima de envenenamento, dentro da Operação Condor.

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