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Crime sem castigo

Jornalistas da Gazeta do Povo recebem Prêmio Esso

Série de reportagens sobre os problemas na investigação de assassinatos em Curitiba foi premiada na categoria Regional Sul

Bruna, Galindo, Rosana e José Marcos: vencedores do Prêmio Esso Regional Sul pela série Crime sem castigo | fernando jasper/Gazeta do Povo
Bruna, Galindo, Rosana e José Marcos: vencedores do Prêmio Esso Regional Sul pela série Crime sem castigo (Foto: fernando jasper/Gazeta do Povo)

Quatro jornalistas da Gazeta do Povo recebem o Prêmio Esso, o mais importante e tradicional do jornalismo brasileiro, na noite desta quarta-feira (4). Eles venceram a categoria Regional Sul com a série de reportagens "Crime sem castigo", publicada entre 4 e 12 de agosto deste ano e que mostrou as dificuldades que a polícia enfrenta na investigação de homicídios em Curitiba. A cerimônia acontece no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

O trabalho de investigação dos repórteres Rogério Waldrigues Galindo, Bruna Maestri Walter, José Marcos Lopes e Rosana Félix durou um ano e meio. Eles analisaram mais de 145 mil páginas de mil inquéritos policiais de homicídios dolosos (com intenção de matar) que aconteceram em Curitiba entre 2010 e 2013.

Os documentos geraram um extenso banco de dados, que evidenciou o que antes só era intuído: as investigações de assassinatos na capital são lentas e geralmente levam à alta impunidade. Nos últimos 10 anos, por exemplo, apenas 4% de acusados nestes casos foram condenados. Boa parte não passa nem da investigação inicial.

A partir da análise dos inquéritos, eles conseguiram "entender" a realidade curitibana e os problemas que acontecem muitas vezes longe dos olhos de boa parte das pessoas. "A nossa impressão era de que a imprensa noticia os crimes um a um e não acompanha a história até o final. Mas o fato isolado não explica o quadro geral. Queríamos ver o que essas histórias em conjunto explicavam sobre a realidade curitibana", diz Galindo.

As reportagens evitam apontar culpados, já que o problema é antigo e perpassa governos e autoridades. "É uma situação que se estende por anos e que não vai ser resolvida da noite pro dia. Até porque parece que falta interesse das autoridades em resolver esse problema, porque a maioria dos crimes acontece na periferia, fora dos olhos da classe média. Mas a classe média pode pressionar os políticos para que se encontre uma solução", explica Galindo. "Nossa contribuição foi de mostrar o cenário e agora a sociedade aguarda pelas mudanças", completa Bruna.

A conquista do prêmio já havia sido anunciada no mês passado. Nesta quarta, os vencedores das várias categorias se reuniram no Copacanana Palace para jantar e receber os prêmios.

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