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O auxiliar de cozinha Eron de Melo, 19, que sofreu queimaduras no rosto e pescoço na noite de ontem durante atentado contra o ônibus em que estava, em Florianópolis, foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Celso Ramos na tarde desta sexta-feira (1). Os médicos da unidade informaram que ele não corre risco de morte, e que a transferência visa ampliar o acompanhamento do paciente.

Melo estava em um ônibus da empresa Canasvieiras que foi parado por dois criminosos no bairro Ingleses às 23h40 de ontem. Segundo a Polícia Militar, o rapaz era o único passageiro na hora do ataque. Entre as 22h de anteontem e 15h de hoje, a Polícia Militar registrou 13 atentados em seis cidades de Santa Catarina. Os dois últimos aconteceram em Florianópolis: um incêndio a uma pilha de roupas sob um viaduto do bairro Capoeiras e fogo em lixeiras públicas no mesmo bairro.

Além dessas ocorrências, a PM registrou dois ataques com bombas caseiras contra prédios da segurança pública - uma delegacia de Balneário Camboriú (79 km de Florianópolis) e uma base da PM na capital - e o incêndio de dois carros e sete ônibus.

Investigação

As origens dos atentados estão sendo investigadas por uma força-tarefa comandada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.

O secretário da pasta, Cesar Grubba, reconheceu ontem, depois dos primeiros ataques, que uma das hipóteses para a violência seja a transferência do traficante Rodrigo de Oliveira.

Preso por tráfico de drogas na penitenciária de São Pedro de Alcântara (30 km de Florianópolis), Rodrigo da Pedra, como é conhecido, foi levado a uma unidade de Criciúma, no sul do Estado, há duas semanas.

"Não se descarta nada. Mas não se pode, ainda, dizer o que isso [transferência do preso] representa nesses ataques", declarou Grubba.

O advogado de Rodrigo, Francisco Ferreira, disse à reportagem que não vê fundamento na hipótese levantada pelo secretário.

"Estive com o Rodrigo hoje e ele me disse que está se sentindo melhor no sul, que a transferência foi benéfica porque está longe de pessoas com quem não queria estar."

Foi da penitenciária de São Pedro de Alcântara que, em novembro de 2012, presos organizaram três dias de ataques em Santa Catarina. Foram 68 registros, segundo números da PM, a maior parte contra ônibus e prédios da segurança pública, em 17 cidades.

A Secretaria de Segurança relacionou os ataques de 2012 a mudanças nas regras de segurança na penitenciária de São Pedro. O governador Raimundo Colombo (PSD) ainda não se manifestou sobre os ataques deste ano.

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