O juiz federal do trabalho Marcelo Alexandrino da Costa Santos, de 39 anos, baleado no tórax num tiroteio durante uma blitz na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, saiu do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e foi para um quarto particular do Hospital Pasteur, no Méier, na Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira (4).
Segundo a assessoria do hospital, ele está lúcido, respira normalmente e reage bem ao tratamento.
Já as crianças o filho do juiz, de 11 anos, e a enteada dele, de 8 anos seguem internadas no CTI pediátrico do Hospital federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, em estado grave.
A menina apresentou melhora e já respira sem auxílio de aparelhos, segundo informou a assessoria do hospital nesta segunda. Já o quadro clínico do menino, que ainda respira com a ajuda de aparelhos, não apresenta evolução, ainda de acordo com o hospital.
Uma testemunha, que também teve o carro atingido por balas, contou na 41ª DP (Tanque) que os tiros partiram de homens armados que seguiam na direção de seu carro. O comerciante, que vinha atrás do carro do juiz, disse que só depois ficou sabendo que eram policiais.
"Tinham dois carros dando ré na minha frente. Fiz a volta e quando fiz o contorno, eles aumentaram a quantidade de tiros em cima do meu carro", contou o comerciante.
O carro do juiz foi periciado e as armas dos policiais da 41ª DP que estavam na blitz foram recolhidas.
Policiais afastados
Os seis policiais da 41ª DP (Taquara) que participaram da blitz onde o juiz, seu filho e sua enteada foram baleados estão afastados do trabalho nas ruas. Eles prestam serviços internos na delegacia.
Segundo a polícia, os agentes envolvidos no caso alegaram que revidaram disparos contra ocupantes de um Honda Civic preto que passava pela via e que só depois ficaram sabendo que o carro de um juiz tinha sido atingido por tiros. No entanto, o depoimento do comerciante desmente a versão dos agentes ao afirmar que os policiais atiraram contra o carro do magistrado. Nesta semana, a polícia espera ouvir uma segunda testemunha que, em entrevista à uma rádio, também nega a versão dos policiais.
O Chefe de Polícia Civil Allan Turnowski adiantou que, nesta segunda-feira (4), o carro do juiz será desmontado. O objetivo é encontrar possíveis fragmentos de projéteis para a realização do confronto balístico entre o fuzil usado por um dos policiais na blitz e os quatro tiros que atingiram o carro da vítima.
Segundo Turnowski, caso seja confirmado que os policiais inventaram uma versão para justificar o erro, os mesmos serão exonerados da instituição. Os seis agentes já prestaram depoimento e os fatos narrados foram diferentes. Apenas dois policiais disseram que atiraram, sendo que um relatou ter atirado em direção ao mato. Os outros apenas afirmaram que ouviram tiros.
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