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Cruzes lembram os 111 mortos do Massacre do Carandiru

Estudantes de direito da Universidade de São Paulo (USP) instalaram nesta segunda-feira (8), em frente ao prédio da faculdade, no centro da capital, 111 cruzes para lembrar o número de presos mortos por policiais militares na Casa de Detenção do Carandiru, em 1992.

Além das cruzes, faixas, cartazes e bandeiras a meio mastro faziam parte do ato de luto pelo massacre.

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O julgamento do massacre do Carandiru foi remarcado para o dia 15 de abril. Uma das juradas passou mal e teve de ser atendida, impossibilitando o continuação dos trabalhos. Dessa forma, o conselho de sentença, formado por sete jurados, teve de ser dissolvido. Na próxima segunda-feira (15), os trabalhos serão retomados às 9h, no Fórum da Barra Funda.

O julgamento havia começado por volta das 11h, com a presença de 24 dos 26 réus acusados pela morte de 15 pessoas no dia 2 de outubro de 1992 na Casa de Detenção de São Paulo - a ação ficou conhecida como o massacre do Carandiru. Sete jurados foram sorteados para compor o conselho de sentença, sendo cinco mulheres e dois homens.

Por volta de 12h20, após a leitura das peças de acusação e defesa, o julgamento foi interrompido para almoço. Um pouco antes, a jurada passou mal e teve de ser atendida. Sem o retorno dela, o juiz José Augusto Marzagão anunciou a dissolução do júri.

A ausência de familiares das vítimas e manifestações de ativistas chamou a atenção durante a abertura da sessão.

Frustação O promotor Fernando Pereira da Silva, responsável pela acusação no julgamento sobre o Massacre do Carandiru, afirmou que o adiamento do júri é frustrante. "O adiamento não prejudica o trabalho do Ministério Público, mas é uma frustração", afirmou ele na saída do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

"[O adiamento] foge de qualquer uma das partes", afirmou o promotor. A advogada dos réus, Ieda Ribeiro de Souza, disse ao sair do fórum que estuda entrar com um pedido para que os nomes de seus clientes sejam omitidos pelo Tribunal de Justiça. O órgão afirma que apenas os endereços e locais de trabalho dos réus estão sendo omitidos. "É uma questão de segurança, em virtude, inclusive, de ataques que sofremos desde o ano passado", disse, sem detalhar quais seriam os ataques.

Ao todo, 84 policiais são acusados pelas mortes no presídio do Carandiru. O júri, porém, foi dissolvido, o que fez com que apenas 26 deles fossem julgados nessa etapa.

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