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Noroeste do PR

Justiça acata denúncia do Gaeco sobre fraude em loja de veículos de Maringá

Decisão da 1ª Vara Criminal de Maringá foi divulgada na terça-feira pelo Ministério Público do Paraná. Se condenados, donos da Arildo Veículos e Rey Chaves podem cumprir penas de até 6 anos de prisão

A 1ª Vara Criminal de Maringá acatou integralmente na terça-feira (4) a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá contra os sócios-diretores da Arildo Veículos, Arildo Aparecido de Souza e Ester Alves Bueno de Souza, e o proprietário da Rey das Chaves, Éder Campinha. De acordo com a Promotoria, os acusados estariam envolvidos em crimes de adulteração de velocímetro, estelionato e publicidade enganosa. A Arildo Veículos aluga e revende carros e a Rey das Chaves oferece serviços de chaveiro.

De acordo com a assessoria do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a Justiça proibiu os denunciados de realizarem adulterações de quilometragens dos veículos, além de determinar a proibição de venda ou aluguel de qualquer automóvel adulterado – batido ou reformado -, sem a comunicação prévia dessa condição ao consumidor.

Segundo o Ministério Público (MP), Arildo de Souza e Ester eram os responsáveis pelas práticas de adulteração de velocímetro, estelionato e propaganda enganosa. Já Éder Campinha foi denunciado por adulteração de velocímetro em coautoria e por continuidade delitiva com os outros dois denunciados.

Em caso de condenações, as penas previstas são de 3 a 6 anos de prisão por adulteração de velocímetro, de 1 a 5 anos por estelionato e de 2 anos a 5 anos por propaganda enganosa.

Defesa

O advogado Waldemar Júnior, que representa Arildo Aparecido de Souza e Ester Alves Bueno de Souza, reafirmou nesta quarta-feira (5) que os donos da loja de veículos são inocentes e que isso será provado durante o processo. Segundo o advogado, a alegação de que a Arildo Veículos trabalha com carros batidos e recuperados para enganar o consumidor não procede. "Esta é a nossa alegação desde o início. Não temos uma nova versão sobre os fatos porque esta é a única realidade."

Segundo o advogado, em mais de 10 anos de atuação da empresa nunca foi registrado qualquer reclamação em órgãos de defesa do consumidor sobre a procedência dos veículos. "Ao comprar um carro, qualquer pessoa pode levá-lo ao mecânico de sua confiança para verificar as condições do produto. Mesmo assim, a Arildo Veículos nunca recebeu qualquer queixa."

Questionado sobre as gravações telefônicas com autorização da Justiça apresentadas na denúncia do Gaeco, Waldemar Júnior defendeu que elas foram manipuladas. "Verificamos que o que foi apresentado à mídia são gravações manipuladas. Editaram a fim de criar situações que não existem."

No dia 17 de maio, Jaime Siqueira, advogado dono do Rey das Chaves, Éder Campinha, chegou a dizer que seu cliente só iria se pronunciar sobre as acusações de fraudes em carros usados se a Justiça acatasse a denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A reportagem da Gazeta Maringá entrou novamente em contato com o advogado na manhã desta quarta-feira (5) que disse que, por enquanto, nem ele nem Campinha irão se pronunciar sobre o caso, apesar da denúncia ter sido acatada. "O Campinha ainda não foi intimado. Quando ele for citado no processo, vamos nos pronunciar."

Investigações

As investigações começaram em junho de 2012. O Gaeco aponta que os denunciados adulteravam os velocímetros dos automóveis destinados à venda, com o objetivo de agregar valor de seminovos. Além desse golpe, conhecido como "tombo do velocímetro", veículos batidos passavam por consertos superficiais para enganar os clientes. Para os promotores, o slogan da propaganda da empresa, "Arildo Veículos, qualidade acima de tudo", era enganosa.

"Os denunciados patrões, Arildo e Ester, comandavam e se responsabilizavam por tudo o que acontecia nos grupos empresariais familiares e determinavam aos diversos empregados toda e qualquer prática comercial, para alcançar seus objetivos ilícitos como resultado finalístico das atividades empresariais", diz um trecho da denúncia.

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