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O juiz Daniel Surdi Avelar , da 2ª Vara Criminal do Tribunal do Júri de Curitiba, aceitou a denúncia contra o policial militar Omar Assaf Júnior, acusado de matar o estudante Thiago Klemtz de Abreu Pessoa, de 19 anos. O crime ocorreu em frente à Sociedade Harmonia, no bairro Bigorrilho, na madrugada de 16 agosto do ano passado. O PM vai responder em juízo por homicídio doloso triplamente qualificado (com intenção de matar), mesmo crime pelo qual havia sido indiciado pela polícia. De acordo com o assistente de acusação e advogado da família das vítimas, Elias Mattar Assad, se não houver recurso por parte da defesa, o caso vai entrar na pauta do tribunal e a acusação contra Assaf será analisada em júri popular.

A decisão do juiz Avelar ainda absolve o policial do crime de fraude processual e mantém a determinação da 1º Câmara Criminal que colocou o acusado em liberdade no início de dezembro do ano passado. Segundo o advogado do policial, Cláudio Dalledone Júnior, a defesa vem obtendo vitórias no caso. O objetivo dele agora é fazer com que Assaf responda por homicídio simples. "Vamos recorrer destas qualificadoras", afirma. O crime foi classificado como triplamente qualificado por não haver chance de defesa da vítima, por ser relacionado a motivo fútil e por Assaf ser policial.

O crime

Na madrugada do dia 16 de agosto, o estudante de Direito de 19 anos foi morto na saída de uma festa no Bigorrilho. Ele foi atingido com dois tiros no tórax e um na cabeça. Assaf Júnior preso em flagrante.

Testemunhas relataram à polícia que Thiago Pessoa e um grupo de amigos foram expulsos do local depois de uma confusão. Em depoimento, o soldado da Polícia Militar, que estava de folga no dia, disse que disparou a arma para dispersar uma briga que ocorria do lado de fora do estabelecimento e que não sabia se tinha atingido alguém.

Depois de dez dias de investigação na Delegacia de Homicídios (DH), o policial acabou indiciado criminalmente. Imagens de câmeras de vigilância de prédios próximos à Sociedade Harmonia mostraram que não houve briga antes dos disparos. Segundo alguns depoimentos coletados, Assaf teria atirado no universitário que estava caído próximo ao meio-fio. O soldado ainda teria se aproximado do rapaz e efetuado mais dois disparos.

Assaf ficou pouco mais de três meses detido no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), em Piraquara, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade em dezembro de 2009. Pedido da família

Em 23 de dezembro do ano passado, duas novas testemunhas oculares e uma reconstituição virtual do assassinato foram apresentadas pelos pais da vítima ao Comando Geral da Polícia Militar. O objetivo da família era fazer com que Assaf ficasse impedido de portar armas e de trabalhar no policiamento ostensivo durante o processo.

Na época, a polícia informou que o acusado realizava apenas funções administrativas desde a ocorrência. A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar na tarde desta sexta-feira para saber qual é a situação atual de Assaf, mas, até as 19h30, não havia recebido a resposta da corporação.

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