Dez pessoas apontadas como integrantes de uma quadrilha que traficava grandes volumes de drogas da Bolívia para Curitiba foram condenadas pela Justiça. As penas variam de 10 a 22 anos de reclusão, em regime fechado. As informações são da Polícia Federal, que informa que o julgamento foi realizado na semana passada, na 3ª Vara Federal Criminal, na capital paranaense. A decisão, no entanto, só foi divulgada nesta segunda-feira (24), a qual a reportagem não teve acesso.
O grupo foi detido em junho do ano passado, ao longo da Operação Catimbó, deflagrada pela PF. Pai e filho, Lourival Pires Ribeiro (conhecido como "Juca Pires") e Robson Pires Ribeiro, são apontados como os líderes da quadrilha e foram condenados às maiores penas: 22 e 19 anos de reclusão, respectivamente. Ambos foram presos em Curitiba. Segundo a PF, Juca Pires é quem articulava a compra de cocaína da Bolívia e distribuía a droga em seis estados brasileiros. A PF informa que, de acordo com a decisão judicial, o pai "contava com destacada ajuda de seu filho". O principal destino da droga, de acordo com as investigações, era Curitiba.
Em 25 de junho de 2011, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão da Operação Catimbó, a PF apreendeu 1,1 tonelada de cocaína. A maior parte da droga estava enterrada em grandes tambores, em fazendas de Juca Pires, no Mato Grosso. Segundo as investigações, a droga chegava ao Brasil em voos clandestinos, que pousavam em uma das fazendas do acusado. Juca Pires já havia cumprido pena por tráfico de drogas e foi citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico, no ano 2000.
Segundo a PF, além de distribuir a droga no Paraná, a quadrilha também encaminhava o entorpecente a outros cinco estados: Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Pernambuco e Paraíba. Nestes, ocorreram as outras prisões.
Operação Ressaca
A Operação Catimbó começou a partir de outra investigação de grande repercussão: a Operação Ressaca , desencadeada em maio de 2010 no Paraná e Mato Grosso do Sul. Na ocasião, foram presas nove pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que chegava a vender 100 quilos de drogas a cada três meses em Curitiba.
O líder deste grupo - Éder de Souza Conde - foi um dos presos. Ele era conhecido pela PF como "Fernandinho Beira-Mar do Paraná", por causa do volume de droga que traficava. A namorada dele que chegou a ficar em segundo lugar no concurso Miss Curitiba também foi presa e condenada. Conde foi julgado e condenado na semana passada a 22 anos e três meses de prisão.
A Justiça confiscou, ainda, imóveis e veículos avaliados em mais de R$ 4,3 milhões. Outras oito pessoas acusadas de envolvimento na quadrilha de Conde também foram condenadas.
