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Kamikaze, brinquedo que partiu ao meio em parque de diversões de Castro: sem fiscalização | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Kamikaze, brinquedo que partiu ao meio em parque de diversões de Castro: sem fiscalização| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Menino ferido no acidente está em coma induzido

Ponta Grossa - O estudante Bruno Ramon Pereira, de 15 anos, ainda está em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa, depois de ter se ferido no acidente com o brinquedo Kamikaze na tarde do último domingo, em Castro. Segundo o boletim médico, seu quadro neurológico é grave.

Bruno teve politraumatismo, com fratura de crânio e de ossos da face, fratura exposta de joelho e fêmur direito, traumatismo abdominal e outras lesões. Outros nove adolescentes tiveram ferimentos leves.

Maria Gizele da Silva, da sucursal

O dono do brinquedo Kamikaze, que se partiu ao meio e deixou dez pessoas feridas na tarde de domingo, em Castro, na região dos Campos Gerais, explicou que fez testes com sacos de areia para avaliar se o equipamento poderia ser utilizado. Em entrevista ao telejornal Paraná TV 1ª Edição, da RPC TV, Claudinei de Moura admitiu que o aparelho foi fabricado de forma artesanal, por ele mesmo. "Eu que fiz", afirma. "Há 15 anos eu faço brinquedos."

O dono do Kamikaze não soube explicar o que uma pessoa precisa saber para fazer esse tipo de aparelho. "Não sei nem explicar", disse. "Faço brinquedos, sei como que é." Depois que ficam prontos, os brinquedos passam por avaliações feitas por ele mesmo. "A gente carrega com sacos de 60 e 80 quilos e deixa uma semana rodando", conta.

O dono do brinquedo disse ainda que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) nunca fez fiscalizações nos aparelhos fabricados por ele. Os brinquedos dos parques de diversões devem ter anotação de responsabilidade técnica emitida por um engenheiro.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa, o parque de diversões onde aconteceu o acidente não tinha autorização para funcionar. Como não havia passado por nenhuma vistoria, o espaço não estava liberado pelo órgão. A prefeitura de Castro, por sua vez, garantiu que todos os documentos necessários para o funcionamento do parque foram apresentados antecipadamente.

O delegado Getúlio de Moraes Vargas já ouviu dez pessoas no inquérito que apura as causas do acidente, inclusive Claudinei. "Ele falou que tudo estava em ordem e que a autorização para todos os brinquedos funcionarem no local seria providenciada pelo organizador do parque", disse o delegado à Agência Estadual de Notícias.

Segundo o site do governo do estado, cada brinquedo pertencia a um dono diferente. O responsável pela organização do local está sendo procurado pela polícia, mas ainda não foi localizado.

Interdição

O parque foi montado para as comemorações do aniversário de 305 anos de Castro. Depois do acidente, todos os brinquedos foram interditados pela PM. Na tarde de segunda-feira, uma equipe do Instituto de Criminalística esteve no local para fazer a perícia no brinquedo. O laudo final, que deverá apontar as causas que levaram à quebra do equipamento, tem prazo mínimo de 15 dias para ficar pronto.

O Kamikaze funciona como uma espécie de pêndulo, que faz giros de até 360 graus e paradas que deixam as pessoas de cabeça para baixo nas cabines. Dez pessoas ficaram feridas depois que o brinquedo partiu ao meio, derrubando os ocupantes, por volta das 15h50 de domingo. Todas as vítimas, que têm entre 12 e 18 anos de idade, foram encaminhadas ao Hospital Ana Fioriolo Menarin, em Castro. Nove delas foram liberadas no mesmo dia. Bruno Ramon Pereira, de 15 anos, teve fraturas múltipas e teve de ser transferido para o Hospital Bom Jesus, de Ponta Grossa.

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