São Paulo Sentados lado a lado por cerca de 40 minutos, Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel (seu ex-namorado) e Cristian Cravinhos evitaram se olhar, no plenário do tribunal do júri, em São Paulo. Apesar da proximidade, ela ora baixava a cabeça, ora virava o rosto para o lado para não ver os dois rapazes.
Em prisão domiciliar desde a semana passada, Suzane foi a primeira dos três réus a entrar no plenário. Ela não usava algemas. Daniel e Cristian, presos em uma penitenciária em Itirapina (213 km de SP), entraram no plenário um minuto depois. De uniforme do sistema prisional, os dois permaneceram todo o tempo algemados.
Quando os irmãos se levantaram para explicar ao juiz a ausência de seus advogados, Suzane virou o rosto para não ver o ex-namorado e o irmão dele. Suzane e os irmãos tinham se visto pela última vez em dezembro de 2002, em um depoimento. Eles culparam um ao outro pelo assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen, em outubro de 2002.
Os irmãos Cravinhos já tinham sido retirados do plenário ontem quando Suzane falou uma única vez. Ela repetiu ao juiz os nomes de seus advogados. Falou tranqüilamente, bem diferente do depoimento emocionado que prestou em dezembro de 2002.
Suzane e Daniel se conheceram em agosto de 1999, no Parque do Ibirapuera. A família dela não se importou com no namoro no início, mas à medida que a relação ficava séria, os Richthofen passaram a implicar com o relacionamento. Os desentendimentos levaram ao assassinato dos pais de Suzane.
Quando foram presos, Daniel e Suzane ainda se diziam apaixonados e, no princípio, tentaram defender um ao outro. Mas a cumplicidade se tranformou em uma troca de pesadas acusações. Mesmo depois de preso, Daniel ainda manteve por um tempo sua paixão por Suzane. Hoje, a relação dos dois é de ódio.



