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 | Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
| Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Após confirmação de que foram duas barragens que romperam na tarde desta quinta-feira (5), entre Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros do estado afirmou na manhã desta sexta-feira (6) que uma terceira barragem é monitorada por risco de rompimento. A informação foi confirmada pelo assessor de comunicação, major Rubem da Cruz, que informou que a barragem sob risco também fica em Mariana.

Assista a um vídeo que mostra o momento do rompimento

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Rompimento de barragens pode causar danos ambientais

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Em entrevista à rádio CBN, ele afirmou que uma vistoria foi realizada durante a madrugada e deve-se repetir na manhã desta sexta. Ainda segundo ele, a hipótese de que um abalo sísmico de 2 pontos na escala Richter poderia ter causado os rompimentos está sendo investigada.

O prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), disse que decretará estado de emergência no município, atingido por uma onda de lama depois que duas barragens da mineradora Samarco estouraram.

A prefeitura da cidade de Mariana divulgou pedido de ajuda nas redes sociais para receber donativos, como roupas, colchões, água mineral, produtos de higiene pessoal, e também, pratos, copos e talheres descartáveis. Os interessados em ajudar devem se dirigir ao Centro de Convenções do município. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, devem chegar ao local na manhã desta sexta-feira.

Tragédia

O distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi completamente inundado com lama tóxica - subproduto da atividade de mineração e que pode conter metais pesados . Segundo o jornal Estado de Minas, não há certeza sobre o número de desaparecidos, com o Corpo de Bombeiros falando em 13 e o governo do estado em 16. Uma morte apenas havia sido confirmada até o fim da manhã desta sexta. Isso corrige o que chegou a ser divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo na noite de quinta, de que seriam 17 mortos.

A tragédia deve transformar-se na mais grave na área ambiental do estado. Até uma igreja histórica do século 18 e uma escola de ensino fundamental teriam sido atingidas. “Uma avalanche de lama destruiu casas, escola, igreja, posto de saúde e carros. Muitas famílias estão desalojadas e sem notícias de seus familiares. O resgate é difícil e somente com helicópteros é possível chegas às áreas destruídas”, relatou o secretário de Saúde de Mariana, Juliano Duarte. “Muitos desabrigados estão alojados provisoriamente em uma escola. É uma das cenas mais tristes que já vi”, lamentou.

“O distrito desapareceu, sumiu debaixo da lama”, afirmou o prefeito Duarte Júnior à Rádio Estadão. “Cheguei perto e eu vi a visão da inferno. A gente que conhece o lugar olhava e não via mais nada, casa, carro em cima de telhado.”

Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, a situação é catastrófica. “Ainda não há condições de saber o número total de mortos”, disse. Uma avaliação completa só será possível na manhã desta sexta.

A população estimada de Bento Rodrigues, que fica a 25 km da região central do município, é de 620 pessoas, residentes em 200 casas, de acordo com os dados do governo do estado.

Exército

Em nota oficial, o governador afirmou ter recebido com “consternação a informação sobre o rompimento da barragem”. Já a presidente Dilma Rousseff foi informada do acidente pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e colocou o Exército, o Centro de Desastres e a Força Nacional à disposição para ajudar no socorro.

Outros casos

2014: um acidente na barragem da Mineradora Herculano, no dia 10 de setembro, em Itabirito (a 58 km de Belo Horizonte), deixou ao menos três trabalhadores mortos. Na época, o rompimento da barragem provocou o deslizamento de um grande volume de rejeitos de minério e lama, que atingiu veículos da empresa e matou os funcionários.

2009: em 27 de maio, a barragem Algodões 1, em Cocal (282 km de Teresina), se rompeu e matou oito pessoas no Piauí. O acidente liberou todos os 50 milhões de litros de água armazenados.Uma comissão independente formada por quatro professores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) afirmou na época que a barragem Algodões 1 estava sem manutenção havia cinco anos.

2004: uma inundação decorrente de um vazamento na Barragem de Camará (152 km a oeste de João Pessoa, na Paraíba) matou ao menos três pessoas, duas em Alagoa Grande e uma em Mulungu, além de deixar outras 1.600 desabrigadas nos dois municípios. Os municípios mais atingidos pela enchente - Alagoa Grande e Mulungu- ficam rio abaixo logo depois da barragem, na região do Estado conhecida como “brejo” -que divide o litoral do sertão. Alagoa Nova, onde fica a barragem, teve poucos estragos em casas na zona rural, pois a construção fica na parte baixa da cidade. Araçagi, Alagoinha, Mamanguape e Rio Tinto, as duas últimas já localizadas próximo ao litoral paraibano, também sofreram transtornos.

Fonte: Folhapress

Assista ao vídeo do site de “O Folha de Minas”:

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