Lindemberg Alves Fernandes, de 25 anos, foi condenado a 98 anos de prisão ontem pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel. A sentença foi proferida pela juíza Milena Dias. Pela lei brasileira, ele não pode ficar preso por mais de três décadas (com a prisão cautelar, ele deve ficar, no máximo, 26 anos em reclusão). Na sentença, a juíza afirmou que Lindemberg "agiu com frieza, premeditadamente, em razão de orgulho e egoísmo".O crime ocorreu em 2008, após a adolescente de 15 anos ter sido mantida em cárcere privado por cerca de cem horas no apartamento onde morava, em Santo André (Grande SP). Os jurados reconheceram todos os 12 crimes dos quais Lindemberg estava sendo acusado.
O julgamento durou quatro dias e foi marcado pelo depoimento do réu, que falou pela primeira vez sobre o caso, e também por discussões e ameaças de abandono do plenário pela advogada de defesa. Lindemberg confessou ter atirado contra Eloá, mas disse que não planejou o crime. Afirmou ainda que tinha reatado o namoro com a garota dias antes e que ela o havia traído.
Em um dos momentos polêmicos do julgamento, a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, chegou a falar que a juíza Milena Dias deveria "voltar a estudar". A juíza encaminhou ontem pedido ao Ministério Público para que processe a advogada de Lindemberg por injúria e difamação.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 400 pessoas se aglomeraram na frente do fórum para ouvir o resultado do júri, veiculado ao vivo por emissoras de rádio e de TV. A multidão comemorou a condenação. O acusado ouviu toda a sentença de cabeça baixa, enquanto a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, era cumprimentada por quem assistia ao júri. "Não vou ter a minha filha de volta, mas pelo menos vou ter justiça", desabafou.
Defesa
A estratégia da defesa foi tentar mostrar que houve falha da PM no caso e que o clima dentro do apartamento era mais ameno. Ao todo, foram ouvidas 13 testemunhas, entre elas, três amigos de Eloá que estavam no apartamento invadido por Lindemberg. Também foram ouvidos os dois irmãos da garota, que demonstraram muita emoção.
Já os policiais ouvidos reafirmaram que a invasão do apartamento ocorreu apenas após ter sido ouvido um disparo de arma de fogo no interior do imóvel.
Lindemberg ficou sem algemas durante todo o julgamento e foi acompanhado por dois PMs armados. Ele demonstrou pouca reação durante o júri, sorriu uma vez para um dos irmãos de Eloá, com quem tinha amizade antes do crime, e para familiares dele que acompanharam o júri. A advogada de defesa afirmou que vai pedir a anulação do júri. Ela tem cinco dias para fazer o pedido.
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