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Governo e oposição partilham uma certeza: o rigor demonstrado pelo Supremo Tribunal Federal no acolhimento da denúncia contra os 40 do mensalão criou um padrão do qual o tribunal dificilmente irá recuar em suas próximas decisões envolvendo políticos. Em privado, o PSDB dá como certo que o primeiro a sentir os efeitos disso será Eduardo Azeredo. As várias menções, no recém-encerrado julgamento, a seu governo em Minas como embrião do valerioduto selaram o destino do senador no STF, avalia o partido. Há ainda o governador Cássio Cunha Lima (PB), tucano que terá de enfrentar a Corte caso o TSE decida que houve crime eleitoral na distribuição de cheques à população durante sua campanha em 2006.

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Decolagem – Colegas de Ellen Gracie no Conselho Nacional de Justiça apostam que, se sua ida para a Corte Internacional de Haia não vingar, a ministra acabará indicada para alguma embaixada tão logo deixe a presidência do Supremo, em 2008.

Vento contra – A nação petista considera que os eventos recentes no STF tornaram mais distante o sonho de José Antônio Toffoli, ex-auxiliar de José Dirceu na Casa Civil e atual advogado-geral da União, de chegar ao tribunal na vaga que será aberta ainda durante a gestão Lula.

Tentáculos – Um dirigente que participa do congresso do PT se diz espantado com a capilaridade da influência de Marta Suplicy. A ministra do Turismo, que pertence oficialmente ao ex-Campo Majoritário, tem fiéis seguidores nas correntes Novo Rumo e PTLM. "Ela é onipresente."

Só dá ele – O grupo Mensagem ao Partido, capitaneado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, é alvo preferencial das críticas de outras correntes no congresso porque, embora minoritário no PT, lidera em indicações para o segundo escalão do governo Lula.

Corregedor – A transferência do delegado Paulo Lacerda do comando da Polícia Federal para o da Abin atende, entre outros propósitos, a um antigo desejo do governo: vigiar a PF, que não poucas vezes o pegou de calça curta.

Ouvinte – A primeira-dama, Marisa Letícia, acompanhou, num canto do salão da Granja do Torto, toda a reunião ministerial de quinta-feira. No começo, ficou em pé. Com o passar das horas, alguém cuidou de lhe levar uma cadeira.

50-50 – Um dos senadores mais próximos de Renan Calheiros (PMDB-AL) recomenda cautela aos que apostam numa vantagem folgada para evitar sua cassação no plenário: "Hoje, eu diria que a Casa está dividida ao meio".

Rebeldes – O PT, motivo maior de preocupação, pode dar mais votos contra Renan do que o PMDB gostaria. Além de Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR), são vistos como incógnita Tião Viana (AC), Flávio Arns (PR) e Delcídio Amaral (MS).

Desfalque – Na planilha mantida pelos aliados de Renan, Patrícia Saboya (PSB-CE) aparece na coluna dos votos pró-cassação. Além de estar sob a influência de Tasso Jereissati (PSDB-CE), é amiga de Heloísa Helena (PSol-AL) e possível candidata à Prefeitura de Fortaleza.

Moqueca – O Espírito Santo é só tristeza para Renan. Além de Renato Casagrande (PSB), relator que pediu a cassação, Gerson Camata (PMDB), em franca campanha pela presidência do Senado, deve votar contra o correligionário. Por fim, Magno Malta (PR) tenderia a acompanhar os demais capixabas, porque tem uma eleição dura pela frente.

Focado – Geraldo Alckmin, nome dos tucanos para a sucessão paulistana no ano que vem, deu palestra na sexta em Campo Grande. Tema do evento: "Gerente de Cidades".

TIROTEIO

* Do deputado petista Carlos Zarattini (SP) sobre colegas de partido, Lula incluído, que não querem antecipar o debate sobre sucessão presidencial a fim de evitar atritos com partidos da base aliada.

– O PT não ter candidatura própria em 2010 é abandonar o queijo com a faca na mão.

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