Após sinais de aproximação entre a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma lista com 10 decretos do PT com referências à ideologia de gênero passou a circular entre os deputados da bancada. A ação tenta mostrar que essa aproximação é perigosa e pode ferir princípios cristãos.
De acordo com a lista — recebida pela Gazeta do Povo por um interlocutor da FPE —, a lista apresenta decretos como o de nº 11.430, publicado em 8 de março deste ano. Nele, é estabelecido percentual mínimo de vagas públicas para mulheres vítimas de violência doméstica com informações em seu Art. 3º de que as vagas “incluem mulheres trans, travestis e outras possibilidades do gênero feminino”.
Da mesma forma, no decreto 11.443, de 21 de março, é instituído percentual mínimo para pessoas negras em cargos de comissão e funções de confiança da administração pública federal, sendo que, para isso, “serão computadas todas as possibilidades do gênero feminino” (Art. 3º, inciso 5º).
Outro decreto citado é o de nº 11.447, também do dia 21 de março, que institui o Programa Aquilomba Brasil pelo Ministério da Igualdade Racial. Nesse decreto, o primeiro princípio apresentado pelo programa é “a transversalidade de gênero e de raça nas políticas públicas destinadas à população quilombola” (Art. 3º, inciso I).
A lista continua com citações de outros sete decretos que fazem alguma referência à “promoção da igualdade de gênero”, “garantia de paridade de gênero” ou “transversalidade de gênero”.
Segundo o interlocutor da FPE entrevistado pela Gazeta do Povo, "a bancada evangélica, em sua grande maioria, é totalmente contrária a esses decretos, e seus integrantes já estão se articulando individualmente para sustação deles”.
Sinais de aproximação com governo Lula
Além disso, ele afirma que “a maioria da bancada não quer aproximação com o governo do PT”, pois isso “fere os valores em que acreditamos”, afirmou, ao se referir à tentativa de proximidade anunciada pelo novo líder da FPE, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM). Antes, a Frente Parlamentar Evangélica era presidida pelo deputado Eli Borges (PL-TO), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No total, a bancada conta atualmente com 132 deputados e 14 senadores, força suficiente para influenciar em qualquer votação.
A Gazeta do Povo tentou contato com o atual presidente da FPE, mas ainda não obteve retorno.
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