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Projeto de compostagem pretende chegar a 900 feiras | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Projeto de compostagem pretende chegar a 900 feiras| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Há dois meses, o lixo orgânico recolhido na feira de São Mateus, na zona leste da cidade de São Paulo, deixou de viajar até o aterro sanitário na divisa com Guarulhos para virar composto no próprio bairro. Trata-se de um projeto-piloto que a prefeitura quer levar a 900 feiras semanais da capital, uma das metas da gestão Fernando Haddad (PT), para retirar cerca de 62 mil toneladas de lixo por ano dos aterros, onde o processo de decomposição dos resíduos provoca 20 vezes mais efeito estufa.

"Hoje, 53% do lixo coletado na cidade é orgânico e nós não fazemos nada para aproveitá-lo. Nas feiras, quase tudo que é descartado pode virar composto e dar vida ao solo em vez de ir para o aterro e produzir gás metano", diz a agrônoma Lúcia Salles França Pinto, coordenadora do projeto. A ideia é que em breve podas de árvores também sirvam para compostagem.

Segundo o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, quatro centrais de compostagem serão criadas na cidade até 2016. Cada uma deve custar cerca de R$ 500 mil por mês, valor equivalente ao que a prefeitura paga hoje para enterrar o lixo das feiras no aterro.

"Vamos construir um cardápio de soluções de coleta e tratamento de resíduos, ajudar pequenos produtores rurais com insumos, diminuir o lixo transportado e aumentar a vida útil dos aterros", diz Simão Pedro, que estima uma economia de 30% na limpeza das feiras.

Na rua

Na feira da Rua Ursa Menor, em São Mateus, o projeto tem contado com a ajuda dos feirantes, que já descartam os restos de frutas e verduras nas caixas ou caçambas que irão para a compostagem, reduzindo o lixo acumulado no chão. "Agora, se chover fica mais difícil de o lixo descer a rua e entupir os bueiros", contou Hulk, apelido do gari Eduardo, que trabalha há 19 anos na feira livre. Dos oito garis que varrem cada feira, a prefeitura pretende transformar dois em agentes ambientais, que vão acompanhar a coleta das caçambas, o transporte até a central de compostagem e a montagem das leiras, os sulcos na terra onde resíduos orgânicos são misturados à serragem para virar composto.

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