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Curitiba

Lojas do Centro articulam esquema de roubo e revenda de celulares e tablets

Equipamentos eletrônicos furtados ou roubados na região central são repassados a lojas, que revendem os produtos ou os destinam a receptadores que integram o esquema. Quatro pessoas foram presas em 20 dias

A prisão de um universitário de 25 anos ajudou a polícia a mapear um esquema de furtos e roubos de equipamentos eletrônicos – como celulares e tablets – e a posterior revenda ilegal destes produtos, em pleno Centro de Curitiba. Segundo as investigações do 1º Distrito Policial (DP), pequenas lojas de celulares estão no centro dessa articulação. Desde o início de novembro, pelo menos quatro pessoas já foram presas, acusadas de alguma participação nos crimes. Aparelhos roubados chegaram a ser anunciados em sites de compras.

Segundo o delegado Vinícius Borges Martins, o esquema envolve três etapas. A primeiro delas é o próprio furto ou roubo dos aparelhos, que ocorrerem em diversos pontos da região central. Os ladrões repassam os produtos a lojas de celulares, principalmente nas imediações do Terminal do Guadalupe. Em seguida, os aparelhos são revendidos a clientes desses estabelecimentos a preços abaixo dos praticados no mercado, ou são destinados a receptadores encarregados de vender os produtos.

"O núcleo desse esquema são as lojas de celulares, que praticamente mantêm este tipo de crime. Duas já foram identificadas e estamos colhendo elementos para pedir as prisões dos donos", afirmou o delegado.

A polícia não tem um levantamento preciso sobre o número de equipamentos eletrônicos furtados ou roubados no Centro e destinados a lojas que operam o esquema. Mas, segundo Martins, os casos já são contabilizados em centenas. Com o fim do ano, a tendência é que furtos e roubos como esses aumentem.

Uma das prisões que ajudam a dar uma dimensão da atuação dos ladrões ocorreu no dia 18 de novembro. Na ocasião foi detido Wesley Fernando Martins Xavier , de 21 anos, que confessou ter furtado mais de cem equipamentos eletrônicos em edifícios comerciais do Centro. Ele chegava a levantar R$ 4 mil por semana, com a atividade criminosa. O caso do rapaz ganhou repercussão depois que câmeras de segurança de um prédio do Centro o flagraram comemorando o furto de um notebook. Dois rapazes apontados como comparsas dele também foram presos.

Na internet

Nesta quarta-feira, o estudante de administração de empresas, Silas das Neves Cardoso Rosa, de 25 anos, foi preso em flagrante, enquanto tentava vender um Iphone roubado, em frente ao Shopping Curitiba. O universitário havia anunciado o produto no site Mercado Livre, mas a vítima reconheceu o aparelho. Ela simulou interesse em comprar o iPhone e marcou um encontro com o acusado. Em frente ao shopping, a mulher comprovou que o aparelho era mesmo o dela. Amigos da vítima detiveram Rosa até a chegada a polícia.

"O aparelho tinha sido roubado na segunda-feira (5), próximo a Praça da Espanha. Duas horas depois do assalto, o produto já foi anunciado no Mercado Livre. A mulher levou, inclusive, a nota fiscal do iPhone, para comprar o crime", disse o delegado. Segundo Martins, a polícia mantém monitoramento na internet, a fim de localizar outros produtos furtados ou roubados que estejam sendo negociados na rede pelo grupo.

Em depoimento, o universitário alegou que havia comprado o aparelho em uma loja de celulares no Centro. A polícia, no entanto, acredita que ela seja uma das pontas do esquema e que ele sabia que o produto era roubado. O rapaz foi indiciado por receptação de produtos roubados.Receptação

O delegado ressaltou que quem comprar produtos furtados ou roubados também pode acabar preso. A orientação é que o consumidor desconfie quando os preços dos aparelhos estiverem abaixo da média de mercado. "A receptação não se configura somente quando a pessoa sabe que o bem em questão tem origem ilegal. Mas também quem compra um produto por preço vil também está cometendo receptação", explica.

Estelionatário é preso com mais de 50 cheques

Um homem de 35 anos foi apresentado nesta quarta-feira, pelo 1º DP, acusado de estelionato. Segundo a polícia, Genílson da Costa usava documentos falsos para abrir contas em bancos. A partir de então, ele lesava instituições financeiras e o comércio em geral, por meio de compras pagas com cheques obtidos irregularmente e por compras com cartão de crédito.

Costa mantinha conta em pelo menos três bancos e foi preso em flagrante quando tentava abrir outra no Banco do Brasil, usando documentos falsos. Com ele, foram apreendidos mais de 50 cheques e cerca de 20 cartões de crédito, débito e de lojas. "Ele abria as contas e saía fazendo compras. Ele lesava as lojas e as operadoras de cartão", afirmou o delegado. Costa foi indiciado por estelionato, uso de documentos falsos e falsificação de documentos públicos.

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