Três dias depois de ter recebido a tornozeleira de monitoramento digital, um dos 22 presos no regime semiaberto que havia sido liberado do Centro de Reintegração Social de Londrina (Creslon) retornou para o sistema prisional. Leonardo Gustavo Mendes, de 20 anos, descumpriu a ordem judicial que permitia que ele cumprisse a pena em casa e voltou para o regime fechado.
O benefício foi concedido a presos que não cometeram crimes com violência ou grave ameaça, como roubo ou homicídio. Os selecionados estavam presos no regime semiaberto e já tinham autorização para deixar as unidades durante o dia para trabalhar.
Uma vez dentro do monitoramento, os presos têm direito a ficar fora de casa até as 21 horas, de segunda a sexta. Aos sábados, domingos e feriados a regra é clara: nada de sair de casa. Segundo o diretor do Creslon, Reginaldo Peixoto, o jovem descumpriu essa determinação. "No domingo (19), ele ficou circulando pelo bairro, a cerca de 800 metros de distância da casa", explicou. Como consequência, Mendes perdeu o benefício da tornozeleira e voltou para o regime fechado.
Os equipamentos permitem uma vigilância 24 horas por dia, com uma margem de erro de dois metros. Quando o preso sai dos limites estabelecidos, além do Creslon, a Vara de Execuções Penais (VEP) e a Secretaria Estadual de Justiça também são notificados. Qualquer tentativa de abertura da tornozeleira aciona alarmes em menos de um minuto, garantiu Peixoto. "A Polícia Militar fica sabendo e já pode deslocar as equipes para o último endereço detectado pelo sistema."
O preso, explicou o diretor do Creslon, não pode alegar ignorância, já que antes de sair ele é informado sobre o que pode e não pode fazer durante o dia. "Nestes primeiros casos, o próprio juiz da VEP leu a sentença e deu detalhes sobre os horários. Ele sabia exatamente o que não podia ter feito, e fez", disse. "Agora, vai servir de exemplo para os outros detentos. O sistema funciona, e funciona bem."



