Lula anuncia mais recursos e defende liberdade de imprensa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou mais recursos para o país e defendeu a liberdade de imprensa durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Federal no Paraná na manhã desta sexta-feira (24), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Para os próximos quatro anos, o governo federal destinará R$ 504 bilhões para serem aplicados no PAC em todo o país, e não ao estado como a Gazeta do Povo Online informou inicialmente. O objetivo é dar sustentabilidade a um crescimento anual da economia que deve ultrapassar 5%.

"Serão 504 bilhões de reais em quatro anos, dos quais 40 bilhões para saneamento básico e urbanização de favelas, 106 bilhões para habitação e mais estradas, ferrovias, aeroportos e portos", explicou o presidente.

Por volta das 9h15, Lula chegou ao Jardim Guarituba, em Piraquara, para visitar as obras de saneamento e habitação no Projeto Novo Guarituba. O projeto atende 12 mil famílias e deve receber R$ 98 milhões do PAC Federal.

Menos de uma hora depois, Lula e sua comitiva chegaram à Escola Municipal Heinrich de Souza, no Jardim Guarituba, para oficializar o lançamento do programa no estado. O presidente afirmou em seu discurso que dos R$ 504 bilhões destinados ao estado em quatro anos, serão R$ 40 bilhões para o saneamento básico e R$ 106 bilhões para habitação, mais estradas, ferrovias, aeroportos e portos. "Há mais de 30 anos o Brasil não via isso. O último presidente a investir em infra-estrutura foi Geisel, em 1975", afirmou Lula.

O presidente também lembrou os 53 anos da morte de Getúlio Vargas, nesta sexta-feira. "Ele era um presidente que tinha compromisso com o país. Muita coisa que temos no Brasil hoje foi esse homem quem criou. Mas por pressões foi embora em 24 de agosto de 1954", disse.

Lula aproveitou a fala para declarar que em 19 de setembro deste ano será anunciado o PAC Funasa, com a liberação de R$ 4 bilhões. "O programa vai atender com água e esgoto 90% das comunidades indígenas brasileiras e 50% das comunidades quilombolas", adiantou.

O presidente afirmou ainda que mais de R$ 3,5 bilhões serão para cuidar das cidades com até 50 mil habitantes. "Primeiro, vamos atender aquelas com maior índice de mortalidade infantil; em segundo, as cidades com maior índice de malária; e, em terceiro, municípios com maior índice de doença de chagas", complementou.

Imprensa

Em seu discurso durante a solenidade, o governador Roberto Requião voltou a criticar a imprensa paranaense e nacional que, segundo ele, "batem no governador e no presidente todos os dias". Depois, pediu aplausos ao presidente.

Lula, ao final de seu discurso, se dirigiu ao governador e fez referência ao comentário de Requião sobre a imprensa, afirmando que, ao contrário do governador, não vale a pena ficar "nervoso" com a mídia. "Eles brigam comigo, mas eu não brigo com eles. E isso não impediu que eu me elegesse e não impediu que eu me reelegesse depois. A imprensa tem que dizer a verdade e o povo ter discernimento do que é verdade e do que não é".

O discurso de Lula durou cerca de 30 minutos e encerrou a cerimônia, ao meio-dia em ponto. Em seguida, o presidente e a comitiva seguiram para a Granja do Canguiri, residência oficial do governador localizada em Colombo, para um almoço. Havia a expectativa entre os jornalistas de que o presidente comentasse o julgamento do mensalão que está acontecendo esta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), mas não houve brechas para entrevistas durante o evento.

Lula terminou sua visita de menos de 24 horas na região de Curitiba com um almoço na Granja do Canguiri, residência oficial do governador Roberto Requião. Por volta de 15h, Lula embarcou no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, com destino a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.