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Cocaína estava enterrada em três tonéis num matagal | Divulgação PF
Cocaína estava enterrada em três tonéis num matagal| Foto: Divulgação PF

Iperó (SP) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado ao PMDB ao afirmar que não pretende reconduzir o ex-ministro Silas Rondeau (PMDB) ao Ministério das Minas e Energia, como desejam os peemedebistas. Ontem, depois de visitar pela primeira vez o Centro Experimental de Aramar, mantido pela Marinha em Iperó, a 125 quilômetros de São Paulo, o presidente foi questionado se iria reconduzir o peemedebista à Esplanada dos Ministérios. E respondeu: "Não, não."

Após a negativa, o presidente disse ter achado engraçado ser questionado sobre o mesmo tema em sua recente visita a Bruxelas. E ironizou: "Engraçado, estava em Bruxelas e fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando os ministros por mim". Apesar da afirmação de que não pretende ter Rondeau de volta à equipe de colaboradores próximos, Lula ponderou: "O Silas foi injustiçado", numa referência às acusações levantadas pela Polícia Federal na Operação Navalha, de que o ex-ministro teria recebido R$ 100 mil em propina da empreiteira Gautama. O presidente Lula disse ainda que o processo de investigação está em andamento e que é preciso aguardar para se tirar as conclusões.

Depois do escândalo envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os peemedebistas começaram a pressionar o presidente da República pela volta de Rondeau ao ministério. Neste embate, a PF já garantiu que não pretende interromper as investigações e continua sustentando a linha deflagrada no início da Operação Navalha, que aponta o envolvimento de Rondeau na máfia das licitações.

A partir de escutas telefônicas de conversas entre Zuleido Veras, dono da Gautama, com o lobista Sérgio Sá e Ivo de Almeida Costa, assessor especial do ministro, a PF seguiu o rastro do dinheiro desde o saque, em 9 de março, até a entrega no MME, quatro dias depois, pela diretora da empresa, Maria de Fátima Palmeira.

Para a PF, as provas são suficientes para que o ex-ministro seja indiciado, mas a condução das investigações cabe ao Ministério Público e à Justiça.

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