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São Paulo – Os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinaram ontem, em São Paulo, um memorando de cooperação tecnológica entre os dois países para a produção de biocombustíveis, como o álcool (etanol) e o biodiesel.

Pelo acordo, Brasil e Estados Unidos se comprometem a desenvolver novas tecnologias de produção de etanol, de difundi-las a outros países para aumentar a produção mundial e, assim, criar um mercado internacional para o álcool (veja os principais pontos no box ao lado). Não houve avanços significativos, porém, em outro ponto que era do interesse do governo Lula – a redução da tarifa norte-americana de importação do etanol brasileiro (leia mais na próxima página).

Bush defendeu o consumo do álcool como substituto da gasolina. Segundo ele, os investimentos em biocombustíveis são considerados como questão de segurança nacional para os EUA, que pretendem reduzir a dependência internacional do petróleo. "As pessoas se perguntam por que o presidente dos EUA está interessado em diversificar as fontes de energia. Uma das razões é que se dependemos de petróleo, que vem de fora, temos uma questão de segurança nacional. Queremos diversificar, sair do petróleo", afirmou Bush após se encontrar com Lula num terminal da Transpetro, subsidiária da Petrobrás, em Guarulhos (SP).

Ele afirmou ainda que os EUA vão investir US$ 1,6 bilhão no prazo de 10 anos em pesquisas adicionais para que possam ter fontes alternativas de energia. "Já investimos US$ 12 bilhões em novas tecnologias que vão permitir alcançar independência econômica e um ambiente de melhor qualidade. Espero que possamos fazer isso juntos. Aprecio o fato de Brasil e EUA desenvolverem juntos essas pesquisas."

Bush disse que também existe o interesse dos EUA por trás da substituição da gasolina por outra fonte de energia. "Essa dependência do petróleo também cria um problema econômico, não apenas para os EUA, mas para todos que importam petróleo. Se a demanda por petróleo aumentar na China e na Índia, também aumenta o preço da gasolina nos nossos países. A diversificação é de interesse econômico para nossos países."

Segundo Bush, o plano dos EUA é reduzir em 20%, num prazo de dez anos, o consumo de gasolina, substituindo-a pelos biocombustíveis. O norte-americano afirmou que os EUA devem elevar de 5 bilhões de galões por ano para 35 bilhões o consumo de biocombustíveis, como o álcool.

O presidente brasileiro, por sua vez, afirmou que o acordo fechado entre os dois países ajudará a ter um mundo menos poluído no futuro. "Já poluímos tanto. Essa é uma contribuição para despoluí-lo no século 21. Para que nossos filhos e netos possam viver num mundo menos poluído", afirmou Lula. Para ele, o uso do álcool vai amenizar as agressões ao ambiente. "Essa é uma tecnologia limpa e viável para evitar o aquecimento global", disse. Lula ainda afirmou que a parceria vai democratizar o acesso aos biocombustíveis e promover a geração de emprego e renda, pois o plantio da cana poderia ser feito por pequenos agricultores.

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