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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi alvo de um protesto nesta sexta-feira (21), durante o 2° Encontro Nacional Mulheres Republicanas, realizado em Brasília.
Logo após o seu discurso, uma mulher, identificada como Teresa Vale, mãe de um dos presos dos atos do dia 8 de janeiro que fugiu do país, após ter sido preso por 7 meses e condenado a 14 anos de prisão, rebateu a fala de Motta de que "não existem perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos no Brasil". Ela disse que o seu filho é um "condenado político" e cobrou o avanço do projeto da anistia.
“O presidente da Câmara falou que não existem exilados políticos e veio aqui falar a favor das mulheres, das mães, e que esse partido [Republicanos] é à favor das mulheres. E estão querendo me barrar. Meu filho inocente ficou sete meses na Papuda. É um jovem, psicólogo infantil maravilhoso. Como pode? É uma incoerência. Eu vim testemunhar a mentira de Hugo Motta”, disse Teresa.
A mãe do condenado se dirigiu ao Motta e levantou em direção ao palco, onde ele estava, mas foi contida por seguranças e retirada do evento.
João Vale foi condenado pelo STF, em outubro de 2023, por crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Também foi condenado ao pagamento de 100 dias-multa, cada um no valor de 1/3 do salário mínimo.
Após o ocorrido, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se manifestou em defesa de Hugo Motta e do presidente nacional da legenda, Marcos Pereira (SP).
“[São] dois líderes que estão, nesta semana, sob severos ataques. Ataques, inclusive, de que eles não são pela democracia. Quem os ataca, não sabe a luta que foi para que os dois estivessem nos lugares-chave, no momento que o Brasil mais precisa fazer a garantia da democracia”, destacou a senadora.
Motta silenciou
Ao final do evento, Hugo Motta evitou falar com a imprensa sobre o protesto e não deu declarações sobre o andamento do PL da Anistia.
Nesta quinta (20), o PL anunciou que poderá entrar em obstrução, se Motta não der um direcionamento sobre a tramitação do projeto que concede anistia aos presos de 8 de janeiro. O partido quer um posicionamento se ele prefere que o projeto seja discutido por meio da comissão especial ou por requerimento de urgência, mas ainda não tem uma resposta.
Já o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, atribuiu o protesto da mulher a um caso isolado. "Isso é um assunto que a Justiça está tratando, diz respeito ao judiciário. Ficou claro que era um caso isolado, pontual dela", afirmou aos jornalistas.
Em relação a tramitação do PL da anistia aos presos do 8 de janeiro, Pereira disse acreditar que tem "maioria no partidos" e que o assunto será deliberado no momento correto.








