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A evolução | Reprodução/G1
A evolução| Foto: Reprodução/G1

Castro – Do alto dos seus 46 metros, o maior exemplar de araucária do Paraná nasceu antes do descobrimento do Brasil – estima-se que tenha 800 anos – e resistiu à exploração desenfreada das madeireiras e ao agronegócio. No ano passado, foi protagonista do prêmio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Localizada numa pequena área preservada da fazenda Santana, em Castro, nos Campos Gerais, a árvore é motivo de orgulho para o proprietário, Moacir Antônio Carraro.

O pinheiro do Paraná só empata com a árvore da propriedade de Teresinha de Jesus Wrubleski, em Cruz Machado, no Sul do Paraná, que possui o mesmo diâmetro da espécie encontrada em Castro, que é de 1,97 metro. A araucária de Castro, no entanto, é mais alta (o equivalente a um prédio de 15 andares) que a de Cruz Machado, que tem 35 metros da copa ao chão.

Carraro herdou a fazenda do pai, que a comprou há mais de 70 anos. Nos 450 hectares, ele cultiva soja, milho e feijão, além de trabalhar com gado de corte, mas o bosque de araucárias permanece intocável. "Aqui o pinheiro só cai de forma natural. Não corto de jeito nenhum", afirmou.

O agropecuarista só lamenta que a sua propriedade, que contempla a árvore, esteja no traçado do Parque Nacional dos Campos Gerais. A unidade de conservação, que já foi aprovada em decreto nacional, ainda não foi implantada. "Acho que o governo tinha que apoiar os produtores que preservaram as araucárias e não punir", opina.

Foi pensando em apoiar os fazendeiros que preservaram remanescentes das florestas de araucárias que a Fiep criou a premiação, ainda no ano de 2004. O coordenador do concurso, Roberto Gava, diz que a legislação, que proíbe o corte de araucária desde 2001 com a Resolução 378, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), criou uma aversão à espécie entre os proprietários de terra. "Achamos que precisávamos dar um apoio psicológico aos donos de araucária que estavam sendo vistos como criminosos", aponta.

O concurso já teve duas edições e, neste ano, está com as inscrições abertas até 18 de maio. A novidade desta edição é a inclusão da imbuia. "Queremos achar a maior imbuia do Paraná", completa Gava, lembrando que a árvore também está em extinção.

Ambientalistas

A iniciativa da Fiep não tem apoio declarado dos grupos ambientalistas. A bióloga e coordenadora financeira da Liga Ambiental, Gislaine Grando, lembra que o que deve ser preservado é a floresta inteira e não apenas uma árvore. Ela explica que a araucária tem sua função na natureza, como a de fornecer frutos no inverno, período de escassez para os animais silvestres. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e o Fundo de Pesquisas Florestais do Paraná, resta 0,8% de florestas de araucárias no Paraná.

Serviço: Interessados em participar do concurso devem ligar para (41) 3271-9045 e agendar a visita de um técnico em sua propriedade, que fará a medição da árvore candidata.

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