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Saúde

Mais da metade dos curitibanos está acima do peso ideal

Pesquisa da prefeitura mostra que 52,5% dos moradores têm sobrepeso ou são obesos

Os músicos Vina Lacerda, Julião Boêmio, André Prodossimo e Denis Mariano integram a Orquestra de Cordas de Curitiba | Diovulgação/FCC
Os músicos Vina Lacerda, Julião Boêmio, André Prodossimo e Denis Mariano integram a Orquestra de Cordas de Curitiba (Foto: Diovulgação/FCC)

Uma pesquisa realizada pela prefeitura de Curitiba mostra que há mais moradores na cidade com problemas de peso do que gente dentro dos limites do saudável. Pelo levantamento, 52,5% dos curitibanos têm sobrepeso ou são obesos. Portanto, só 47,5% estão em paz com a balança.

A pesquisa mostra uma tendência apontada em todo o mundo, principalmente nas grandes cidades. O morador típico da metrópole, hoje, é gordinho por natureza. Isso se deve a dois fatores básicos. "Um é a mudança de hábito alimentar", diz a médica endocrinologista Rosana Bento Radominski, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. "O outro é o sedentarismo", afirma.

A pesquisa também mostra que os curitibanos estão engordando cada vez mais cedo. Em algumas regionais da cidade, já há mais de um quarto de crianças e adolescentes com sobrepeso. E ao contrário do que se poderia pensar, as diferenças regionais não têm relação exclusivamente com classes sociais. "Estamos acostumados a pensar que ser gordo é coisa de quem tem mais poder aquisitivo, mas não é assim", afirma o médico César Boguszewski, chefe do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Atividade

A própria pesquisa mostra que o problema tem muito mais a ver com o jeito como as pessoas vivem. Quando foram perguntados sobre atividade física, 71% dos curitibanos que participaram da avaliação responderam que não fazem exercício ou praticam com pouca freqüência. Apenas 29% disseram fazer exercícios com freqüência satisfatória.

Para evitar que o problema se agrave ainda mais, a prefeitura resolveu criar um programa de incentivo a caminhadas na cidade. Além de criar um circuito de caminhadas, a prefeitura está divulgando um panfleto ensinando as pessoas a medir o índice de massa corporal, a fazer alongamentos e aquecimento e a conhecer os seus limites na hora de fazer atividades físicas.

"Caminhada é de graça e não exige equipamento", afirma Dalton Grande, coordenador do programa Curitiba Ativa, da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Mas ele lembra que não adianta participar de um exercício eventual: é preciso mudar, ainda que um pouco de cada vez, o estilo de vida. "Se o sujeito descer alguns pontos antes do ônibus para andar o resto do trajeto, já melhorou. Se subir a escada em vez de pegar o elevador, melhorou", comenta. Mas ele mesmo diz que sabe o quanto é difícil mudar um hábito.

Crianças

As crianças com excesso de peso chegam cada vez mais cedo e com mais problemas aos especialistas. Rosana Bento Radominski, que desde 1998 coordena o Laboratório de Obesidade Infanto-Juvenil do Hospital de Clínicas, diz que os pais ainda não têm muita consciência, como regra, da situação dos filhos. "Ainda existe essa história de que criança gordinha é saudável. Só quando o pediatra encaminha é que eles procuram o especialista", afirma.

Ela conta que não é raro encontrar crianças e adolescentes apresentando sintomas que antes só costumavam aparecer em adultos. Pressão alta e alterações nas articulações são dois exemplos que ela cita. "O pior é a fase da adolescência, dos 11 aos 15 anos", diz. "Mas temos pacientes desde 6 meses de vida até os 17 anos", afirma.

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