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Os músicos Vina Lacerda, Julião Boêmio, André Prodossimo e Denis Mariano integram a Orquestra de Cordas de Curitiba | Diovulgação/FCC
Os músicos Vina Lacerda, Julião Boêmio, André Prodossimo e Denis Mariano integram a Orquestra de Cordas de Curitiba| Foto: Diovulgação/FCC

Problemas além dos cardíacos

Ficar dentro do peso recomendado pelos médicos é muito mais do que uma simples questão de aparência. Hoje, há provas de que o excesso de peso está ligado a uma série de doenças de diversos tipos. "As pessoas estão mais acostumadas a ligar a gordura com doenças do coração, pressão alta, colesterol alto e diabete", afirma o endocrinologista César Boguszewski, chefe do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. "Mas há várias outras doenças que também são mais comuns em pessoa que estão acima do peso", diz Boguszewski. Entre elas, o médico cita diversos tipos de câncer. "Câncer de mama, de intestino e de endométrio são mais freqüentes em obesos", afirma. Além disso, a imagem também conta. Os problemas com a auto-estima levam as pessoas que sofrem de obesidade a ter com mais freqüência alguns tipos de problemas psiquiátricos.

Uma pesquisa realizada pela prefeitura de Curitiba mostra que há mais moradores na cidade com problemas de peso do que gente dentro dos limites do saudável. Pelo levantamento, 52,5% dos curitibanos têm sobrepeso ou são obesos. Portanto, só 47,5% estão em paz com a balança.

A pesquisa mostra uma tendência apontada em todo o mundo, principalmente nas grandes cidades. O morador típico da metrópole, hoje, é gordinho por natureza. Isso se deve a dois fatores básicos. "Um é a mudança de hábito alimentar", diz a médica endocrinologista Rosana Bento Radominski, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. "O outro é o sedentarismo", afirma.

A pesquisa também mostra que os curitibanos estão engordando cada vez mais cedo. Em algumas regionais da cidade, já há mais de um quarto de crianças e adolescentes com sobrepeso. E ao contrário do que se poderia pensar, as diferenças regionais não têm relação exclusivamente com classes sociais. "Estamos acostumados a pensar que ser gordo é coisa de quem tem mais poder aquisitivo, mas não é assim", afirma o médico César Boguszewski, chefe do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Atividade

A própria pesquisa mostra que o problema tem muito mais a ver com o jeito como as pessoas vivem. Quando foram perguntados sobre atividade física, 71% dos curitibanos que participaram da avaliação responderam que não fazem exercício ou praticam com pouca freqüência. Apenas 29% disseram fazer exercícios com freqüência satisfatória.

Para evitar que o problema se agrave ainda mais, a prefeitura resolveu criar um programa de incentivo a caminhadas na cidade. Além de criar um circuito de caminhadas, a prefeitura está divulgando um panfleto ensinando as pessoas a medir o índice de massa corporal, a fazer alongamentos e aquecimento e a conhecer os seus limites na hora de fazer atividades físicas.

"Caminhada é de graça e não exige equipamento", afirma Dalton Grande, coordenador do programa Curitiba Ativa, da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Mas ele lembra que não adianta participar de um exercício eventual: é preciso mudar, ainda que um pouco de cada vez, o estilo de vida. "Se o sujeito descer alguns pontos antes do ônibus para andar o resto do trajeto, já melhorou. Se subir a escada em vez de pegar o elevador, melhorou", comenta. Mas ele mesmo diz que sabe o quanto é difícil mudar um hábito.

Crianças

As crianças com excesso de peso chegam cada vez mais cedo e com mais problemas aos especialistas. Rosana Bento Radominski, que desde 1998 coordena o Laboratório de Obesidade Infanto-Juvenil do Hospital de Clínicas, diz que os pais ainda não têm muita consciência, como regra, da situação dos filhos. "Ainda existe essa história de que criança gordinha é saudável. Só quando o pediatra encaminha é que eles procuram o especialista", afirma.

Ela conta que não é raro encontrar crianças e adolescentes apresentando sintomas que antes só costumavam aparecer em adultos. Pressão alta e alterações nas articulações são dois exemplos que ela cita. "O pior é a fase da adolescência, dos 11 aos 15 anos", diz. "Mas temos pacientes desde 6 meses de vida até os 17 anos", afirma.

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