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Atualizado em 13/11/2006, às 18h40

Assim como nos principais aeroportos do país, o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, enfrentou atrasos na maior parte dos vôos nesta segunda-feira (13). Segundo a Infraero, estatal que controla os terminais aéreos, somente entre as 6 horas e 18 horas foram registrados 60 atrasos nos pousos ou decolagens e um cancelamento em 108 vôos previstos.

O atraso médio no Afonso Pena durante o dia era de 34 minutos. Apenas um vôo da Gol, com destino São Paulo, foi cancelado. A assessoria de comunicação da Infraero afirmou desconhecer os motivos dos atrasos no aeroporto internacional.

Em razão do tempo nublado e da forte garoa, a operação foi feita por instrumentos no início da manhã no Afonso Pena. No entanto, ainda segundo a Infraero, o clima não teria sido responsável por nenhum dos atrasos.

Brasil

A semana também começou com atrasos em vários outros aeroportos brasileiros, indícios que a operação padrão dos controladores de vôo pode estar voltando. Um balanço nacional mostra que desde a meia noite desta segunda foram registrados 460 atrasos.

Em Brasília, só no período da manhã, 22 aviões atrasaram. Um vôo para São Paulo foi cancelado. Na Grande São Paulo, 41 vôos estão fora do horário. Em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Vitória também são notados atrasos nos pousos e decolagens. O governo deve realizar uma reunião emergencial comandada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com a participação do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno e do presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.

Fim de semana

O fim de semana também foi marcado por demora nos pousos e decolagens e dois vôos foram cancelados, um no sábado e outro no domingo. Na sexta-feira estavam previstos 152 vôos e 78 mostraram atrasos. Os passageiros esperaram em média 53 minutos. O vôo da Gol 1738/1739 que faria a rota Curitiba/Congonhas/Curitiba, foi cancelado.

No sábado, estavam previstos 110 vôos e 53 apresentaram atrasos, com 53 minutos em média por atraso. O mesmo vôo da Gol cancelado na sexta também não ocorreu no sábado.

Neste domingo os passageiros precisaram ter mais paciência no Afonso Pena. A média dos atrasos foi de 1 hora e 25 minutos. Dos 99 vôos previstos, 51 atrasaram. O vôo da Gol 1740/1741, que faria a rota Congonhas/Curitiba/Congonhas, foi cancelado. A previsão era de chegar em São José dos Pinhais às 17h55 e decolar às 18h20, mas isso não aconteceu.

Entenda a crise

Os atrasos e cancelamentos de vôos começaram a ser registrados em 27 de outubro, quando os controladores de vôo implantaram a operação-padrão. Eles começaram a seguir à risca as normas internacionais de serviço: cada profissional passou a monitorar, no máximo, 14 aeronaves simultaneamente e, com isso, o intervalo entre os pousos e decolagens aumentou, provocando atrasos em terminais aéreos em todo o país.

O protesto dos controladores é contra a falta de profissionais. Segundo eles, as condições de trabalho pioraram depois do afastamento de trabalhadores por causa da queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro. O avião caiu no Norte de Mato Grosso e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram.

Para contornar o problema, o governo convocou mais controladores, anunciou os preparativos para a contratação de novos profissionais e iniciou negociação com a categoria. Durante as negociações, o ministro da Defesa, Waldir Pires, admitiu desmilitarizar o setor, um dos pleitos dos controladores, abrindo divergência com a Aeronáutica.

Passageiros e setores prejudicados, como hotéis e empresas aéreas, exigem indenizações.

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