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25 e 26 de novembro são as datas em que vão ocorrer uma audiência pública sobre o programa Mais Médicos no Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência foi designada pelo ministro Marco Aurélio, relator das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 5035 e 5037, propostas por entidades médicas contra o programa governamental. Pessoas jurídicas de adequada representatividade, e pessoas físicas de notório conhecimento nas áreas envolvidas poderão manifestar seu desejo de participar e de indicar expositores para a audiência. O contato deve ser feito pelo endereço de e-mail audienciamaismedicos@stf.jus.br até 1.º de novembro.

Mesmo depois de duas etapas para a convocação de profissionais dispostos a trabalhar no programa Mais Médicos, a maior parte das prefeituras que solicitaram reforço no atendimento continua sem alternativa. Ao todo, 4.045 cidades estão inscritas no programa e pediram 16.625 médicos ao governo federal. Somando os médicos inscritos na primeira e na segunda etapa do programa – inclusive aqueles que ainda não conseguiram registro profissional –, há 3.708 profissionais trabalhando ou esperando autorização para trabalhar. Isso significa apenas 22,3% da demanda em todo o país.

"Quando você tem o número real de inscritos e a meta, você tem uma distância muito grande, a qual espero que seja resolvida, porque cria a expectativa no município de que vai chegar o médico, vai chegar, vai chegar, e não chega", afirmou a professora Maria Fátima de Sousa, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB).

Para Silvestre Savino Ne­to, da Faculdade de Me­dicina da Universidade Fe­deral do Pará (UFPA), o governo deverá buscar alguma alternativa, ainda não apresentada, para fazer com que o programa atinja o objetivo de atender os municípios do interior e das periferias onde falta atendimento.

Na última sexta-feira, em evento em Campo Mourão (região central do Paraná), a própria presidente Dilma Rousseff admitiu que o programa está longe de resolver todos os problemas da Saúde no Brasil. "Não resolve todo o problema, mas ajuda muito. Eu te diria que melhora num percentual que eu não sei te dizer, mas melhora porque você garante o atendimento. Uma pessoa pode ser atendida e deve ser atendida quando precisar. E aí, o que é que ele vai fazer? Ele vai desafogar o hospital", afirmou a presidente.

Sob ameaça de greve, hospital transfere crianças da UTI

Maria Gizele da Silva, da sucursal

Funcionários do Hospital Universitário (HU) de Cas­cavel, no Oeste, passaram o domingo tentando transferir crianças internadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátrica e neonatal. A transferência tem o objetivo de evitar possíveis prejuízos aos pacientes, caso os médicos pediatras entrem em greve na unidade a partir desta segunda-feira.

O objetivo da paralisação é pressionar pelo reajuste na remuneração dos pediatras, que são terceirizados e hoje recebem R$ 1,5 mil por plantão de 24 horas.

A assessoria de imprensa do HU informou que a transferência dos pacientes estava sendo feita por precaução, já que a paralisação não estava confirmada.

Está prevista para esta segunda-feira uma reunião entre representantes do hospital, da 10.ª Regional de Saúde e dos médicos para discutir a situação. O HU é o maior hospital das regiões Oeste e Sudoeste e é referência no atendimento de cerca de 2 milhões de habitantes.

Greve geral

A paralisação dos pediatras do HU não tem relação com a paralisação nacional da categoria, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) para ocorrer hoje e amanhã em todo o Brasil. A iniciativa da Fenam tem o objetivo de protestar contra a Medida Provisória do programa Mais Médicos, aprovada no Congresso na semana passada.

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