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Causas

Mancha de óleo descarta explosão

Combustão diminuiria quantidade de óleo no mar. Suspeita de ato terrorista fica mais remota. França se mostra pouco otimista em identificar causas do acidente

Brasília e Paris - A Força Aérea Brasileira (FAB) identificou na madrugada de ontem uma mancha de óleo com extensão de 20 km no local onde o Airbus A330 da Air France teria caído. A grande quantidade de óleo indica que a aeronave não sofreu uma grande explosão durante o voo. Assim, é possível praticamente descartar a hipótese de uma explosão nos tanques de combustível ou uma explosão devastadora, provocada por uma bomba de grande potência por exemplo, que consumisse o querosene no ar. Com isso, fica mais remota a suspeita de a aeronave ter sido alvo de ato terrorista, como veicularam alguns meios de comunicação franceses.

"Uma grande combustão certamente diminuiria a quantidade de combustível no mar'', afirma Ronaldo Jenkins, especialista em segurança de voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).

O coronel Jorge Amaral, subchefe de comunicação da FAB, declarou não ser possível descartar a hipótese de explosão. "O óleo fica dentro de tambores. Pode ser que o tambor tenha caído inteiro'', afirmou o coronel.

Quebra-cabeça

Um dos principais objetivos das buscas é encontrar as caixas-pretas do Airbus, que podem estar em uma profundidade de 2 a 3 mil metros. Para isso, haverá a ajuda de mecanismos de alta tecnologia. "Uma etapa extremamente importante é a localização e, se possível, a recuperação da caixa-preta. Mas não podemos contar com ela, já que, até onde se sabe, o acidente aconteceu no meio do oceano, em uma região profunda em que a paisagem submarina se assemelha a uma região de montanha", afirmou o diretor do escritório de investigação e análises de acidentes da França e maior autoridade europeia no assunto, Paul-Louis Arslanian.

Para Arslanian, as chances de encontrá-las são pequenas e, se encontradas, existe a possibilidade de que não sejam úteis para identificar as causas do acidente.

A Airbus, fabricante do avião, também afirma que não tem pistas sobre o que causou a tragédia. "Ainda temos poucas peças desse quebra-cabeça'', admite Martin Fendt, porta-voz da empresa.

Segundo ele, a empresa está colaborando com as investigações, mas cabe às autoridades francesas liderar os trabalhos. Ele disse que a troca de informações é constante, mas que por enquanto os próprios investigadores estão sem pistas. "Não há uma direção'', disse Fendt.

Online

Diante das dificuldades em encontrar as caixas-pretas, especialistas e autoridades aeronáuticas começam a retomar as discussões sobre mudanças na sua atual concepção. Em entrevista ao jornal Le Figaro, o secretário de Transportes do governo francês, Dominique Bussereau, afirmou que a solução está na criação de um sistema de transmissão de dados da caixa-preta via satélite, em tempo real. Os voos passariam a ter os dados técnicos registrados a bordo, pelas caixas-pretas, e também fora delas.

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