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Construído ao lado da ferrovia, o terminal de distribuição na divisa dos municípios de Sarandi e Marialva, região de Maringá, será o ponto inicial do duto | Divulgação Alcopar
Construído ao lado da ferrovia, o terminal de distribuição na divisa dos municípios de Sarandi e Marialva, região de Maringá, será o ponto inicial do duto| Foto: Divulgação Alcopar

PR é o terceiro maior produtor

Na safra 2009/10, terminada oficialmente em março, as 30 indústrias paranaenses produziram 1,9 bilhão de litros de álcool, volume que ficou pouco abaixo dos 2 bilhões da safra anterior. O Estado, que é o terceiro maior produtor nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais, responde por 13% das exportações brasileiras do produto, que no ano passado totalizaram 3,3 bilhões de litros. "Temos que ousar se quisermos permanecer com nossa vocação nesse setor. Com o alcoolduto vamos apostar mais na exportação, sem abandonarmos o mercado interno que nos deu condição de chegar onde chegamos", disse Tormena.

O Porto de Paranaguá embarcou 442,3 milhões de litros, só perdendo para Santos, com 2,2 bilhões. A previsão para a próxima safra é que o Paraná produza acima de 2 bilhões de litros e amplie o volume a ser exportado para cerca de 500 milhões de litros.

Projeto foi descartado do PAC

O poliduto que ligaria o Mato Grosso a Paranaguá foi descartado de vez. De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, "os estudos indicaram que os volumes a serem produzidos na área de influência do citado alcoolduto não justificariam economicamente o investimento requerido".

Com custo estimado em R$ 800 milhões, os estudos para a viabilidade do poliduto foram anunciados com pompa em março de 2008. Em um evento em Foz do Iguaçu, o presidente Lula, o governo do Paraná, do Mato Grosso e a Petrobras, firmaram um termo de cooperação para a realização dos estudos. A justificativa para o empreendimento era o futuro promissor que o álcool combustível teria para as exportações brasileiras. O duto também transportaria derivados de petróleo do Paraná para o Mato Grosso do Sul.

Na época, Lula declarou que o duto aumentaria a competitividade do álcool brasileiro no exterior. "Todo mundo sabe que o Brasil será invencível nessa disputa, porque temos terra, água, tecnologia e 30 anos de acúmulo de conhecimento. Portanto, somos imbatíveis", falou na ocasião.

A Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) constituiu juridicamente duas empresas que serão responsáveis pela construção e pela gestão do "alcoolduto" que ligará Maringá ao Porto de Paranaguá. A reunião entre os associados ocorreu na última sexta-feira (16), quando os investidores também garantiram o repasse de R$100 milhões para o início do projeto - 10% do valor total. "O alcoolduto é um sonho acalentado há vários anos", disse entusiasmado Anisio Tormena, presidente da Alcopar. A intenção é que o duto de escoamento de etanol esteja em funcionamento até 2014.

As empresas constituídas para tratar do projeto são a CPL Holding e a CPL Logística, que farão a montagem do duto e a gestão, respectivamente. A extensão será de cerca de 500 quilômetros, partindo de Maringá, passando pela central de distribuição localizada em Araucária e terminando em Paranaguá. "Em Maringá, onde se concentra a maior parte das unidades produtoras, temos o terminal de transbordo de açúcar e de álcool, de onde partem os trens da ALL (América Latina Logística). Vamos passar por Araucária, onde há um ponto de distribuição para o sul do Brasil. E em Paranaguá, onde já há um terminal público e um terminal próprio (dos produtores) em construção".

Embora a iniciativa seja privada, Tormena afirma que a contrapartida pública será indispensável. "Agora vamos reivindicar ao governo a desapropriação de áreas. Também há a questão de ordem ambiental na faixa por onde correrá o traçado", disse. Segundo a Alcopar, obra terá início nos próximos meses, assim que houver a obtenção de licenças ambientais. A Copagas e a Copel são antigas interessadas na construção de um duto de etanol que corte o Paraná, mas não participaram oficialmente desta última rodada de negociações. A primeira tem interesse no escoamento de gás e a segunda quer correr uma rede de fibra ótica junto ao canal.

Elas ainda devem entrar no negócio, já que as parcerias não estão fechadas, e as empresas agora constituídas contam com a entrada de novos investidores. "Temos R$100 milhões para o início da obra, mas deveremos ter participação de outros investidores, já que o retorno é garantido", disse o presidente da entidade. Empresários do Mato Grosso do Sul também já sinalizaram interesse.

O "alcoolduto" terá capacidade para escoar 4 bilhões de litros por ano, número que eventualmente poderá ser revisto, conforme informou Tormena, adequando-se os volumes de acordo com o crescimento da demanda até o início das obras.

Estruturas iniciais já existem Já existem estruturas prontas em locais estratégicos que servirão como parte da logística. Entre Sarandi e Marialva, municípios vizinhos a Maringá, a CPA Trading S/A, que pertence ao setor de sucroenergia do Paraná, construiu um terminal de 168 mil metros quadrados com capacidade para armazenar 100 milhões de litros de álcool em 17 tanques e 200 mil toneladas de açúcar em dois armazéns. A unidade foi levantada às margens da ferrovia que liga Maringá ao porto.

No ponto de chegada, em Paranaguá, a CPA Trading inaugura até o final do primeiro semestre a outra parte de sua estrutura. São oito tanques com capacidade para 54 milhões de litros. No Porto de Paranaguá o setor conta com a operação da Álcool do Paraná, um terminal portuário público exclusivo para embarque de álcool, dotado de sete tanques para armazenar 37,5 milhões de litros de álcool. Por sua vez, a Cattalini Terminais Marítimos possui 85 tanques com capacidade para 278 milhões de litros.

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