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Bonemer conta que o interesse pelo teatro começou ainda durante a infância, ao ajudar a mãe em espetáculos | Sergio Santoian
Bonemer conta que o interesse pelo teatro começou ainda durante a infância, ao ajudar a mãe em espetáculos| Foto: Sergio Santoian

Hugo Bonemer, por ele mesmo

Idade: 24 anos

Cidade natal: Maringá

Influências: Klauss Vianna, Wilhelm Reich, Jerry e Esther Hicks, Woody Allen, mamãe, papai, vovós, vovô, irmãozinho, primos e tantas pessoas que apareceram na minha vida para somar, mesmo que para me ensinar o que não fazer.

Hobbies: gosto de plantar e ver as plantas crescerem. Me dá a sensação gostosa de que se cuido de uma plantinha e a vejo crescer, pode sim ter alguém ou algo regando meu jardim e cuidando de mim de algum lugar. Gosto de escrever, da aquarela, das colagens e dos materiais reciclados para exercitar a criatividade.

Atividade física: capoeira, patins e corrida.

Livros favoritos: A Droga da Obediência [de Pedro Bandeira], A Arte da Prudência [Baltasar Gracián] e Hilda Furacão [Roberto Drummond].

Música: do clássico ao reggae, do jazz ao hardcore, da percussão ao rock n’ roll. Tudo tem um momento e um porquê. Por isso tenho tudo no Ipod.

Filme: Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças [2004, de Michel Gondry].

A série nacional da HBO Preamar é o próximo passo da carreira do maringaense Hugo Bonemer. A participação no "cast", porém, não será o primeiro grande passo desse ator de apenas 24 anos. De 2010 a 2011, por exemplo, ele protagonizou a versão brasileira do musical Hair, um dos clássicos da Broadway que ganhou até uma versão para o cinema, em 1979, sob a tutela de Milos Forman.

Segundo Bonemer, as gravações para Preamar já começaram e estão a todo o vapor – o ator estava trabalhando inclusive durante o Feriado de Finados. Até o fim deste mês, ele deve concluir esse novo e primeiro trabalho para a televisão e, então, retomará os ensaios de Hair, que entrará em cartaz em São Paulo em meados de janeiro.

Da capital carioca, onde vive atualmente, Bonemer falou com a reportagem por telefone. No bate-papo, ele demonstrou gratidão, humildade e foco, relembrou histórias da infância em Maringá, contou sobre os bastidores do espetáculo Hair e comentou também sobre a relação que tem com um dos primos, o jornalista e apresentador do Jornal Nacional Willian Bonner .

GAZETA MARINGÁ: Qual será seu papel na série Preamar, que será exibida pela HBO?

HUGO BONEMER: Esse é meu primeiro trabalho para a televisão. Preamar vai estrear em 2012, mas já estou trabalhando. Vou interpretar um playboy carioca envolvido com drogas. Fred é o nome dele. O diretor da série é Estevão Ciavatta. No elenco, estão Roberto Bonfim, que já participou de novelas da Rede Globo; Leonardo Franco, bem conhecido no meio teatral do Rio e de São Paulo; duas meninas que já participaram de Malhação, Karen Junqueira e Jéssika Alves; além de Thiago Amaral.

Como foi o processo para você entrar para o elenco da série Preamar?

Da mesma maneira como foi com Hair. Como todo mundo que busca um emprego, fico atento se alguma empresa abriu vagas, se está acontecendo alguma seleção de atores para algum personagem. No caso do Hair, descobri no Facebook de uma das produtoras. Já na série, aconteceu que um dos produtores de elenco foi assistir ao Hair e surgiu a oportunidade para fazer um teste.

Já aconteceu algo inusitado durante as apresentações de Hair?

As apresentações são bem gostosas. Como temos interações com o público, acontecem muitas coisas inusitadas. Em uma delas, vamos até o público e nos dirigimos a algumas pessoas. Teve uma vez que, sem saber quem era, me dirigi à primeira dama do Rio de Janeiro [risos]. Mil pessoas na minha frente e eu nunca poderia imaginar que aquela senhora era a primeira dama. Não estava acompanhando os noticiários [risos].

Várias vezes também as pessoas gritam algumas coisas.Teve outro caso, quando eu estava começando a peça com um texto de abertura que faz menção a um galo e imito esse animal. Aí uma senhora gritou da plateia: "mas você é um galinho muito bonitinho" [risos]. Respondi "valeu", morrendo de vergonha. É muito interessante quando quebramos essa parede entre elenco e platéia. As pessoas adoram.

Como deixar o espetáculo teatral criativo fazendo o mesmo enredo por um longo tempo?

É complicado tirar da rotina, quando se trata de musical. Esse gênero tem uma fórmula para funcionar. Como muitas pessoas dependem umas das outras, não pode mudar muito, para não comprometer o espetáculo e causar algum acidente. O que buscamos é tentar encontrar sempre uma verdade, sem deixar ficar mecânico. A relação entre atores e público tem de ser real, senão todos ficam entediados.

Como é o clima nos bastidores do espetáculo Hair?

Todo mundo fica de mau humor um dia, mas, independentemente do nosso estado, o importante é sempre tentar um clima harmonioso. No caso de Hair, falamos tanto de paz e amor, que é difícil não ter um bom clima. Fizemos uma lavagem cerebral repetindo as músicas 150 vezes. A última vez que apresentamos foi no final do primeiro semestre deste ano. Agora, em janeiro de 2012, voltamos com uma nova temporada em São Paulo.

Quanto do seu tempo você dedica ao teatro?

Enquanto estou acordado, penso em algo relacionado ao teatro. Vivo com o processo criativo aberto. Vejo uma cena acontecendo e reparo. Olho como uma mãe puxa o filho pelo braço. Registro isso para quando precisar interpretar uma cena parecida.

Você se recorda quando o teatro chamou sua atenção pela primeira vez?

Tinha 5 ou 6 anos. Minha mãe e eu estávamos em casa e ela, que sempre fez trabalho com dança, tentava imitar a voz de um garotinho de 10 anos para gravar e utilizar em um espetáculo. Eu vi e comecei a imitá-la. Ela disse: "por que você não vem aqui fazer?". Eu fui e fiz. Depois perguntei se poderia trabalhar com isso. Ela respondeu: "poder, até pode, mas, por experiência, te falo que é prazeroso, mas não é fácil". Depois desse episódio, fiquei com a certeza de que queria teatro.

Como é sua relação com o jornalista e apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner?

Ele é meu primo. Quando o conheci, eu já era adolescente. Minha relação é de suporte emocional e familiar. William é um cara que profissionalmente pouco tem a me ajudar. Na Rede Globo, o meio do jornalismo é afastado da teledramartugia. No entanto, quando busco um trabalho e consigo, ligo para ele para contar, assim como ligo para meu pai. Já estou longe dos meus pais há algum tempo e, no Rio, me aproximei da família do William. Apoio familiar é muito importante. Várias vezes ele me disse de como quer que eu participe da rotina deles.

Quando você saiu da casa dos seus pais?

Saí com 17 anos, no final de 2004. para morar na Alemanha. Voltei em 2006, fiquei cerca de 10 meses em Maringá e fui, então, para São Paulo. Depois, me mudei para o Rio, onde vivo hoje. Em São Paulo, fiz a faculdade de Comércio Exterior. Por quatro anos, estagiei e trabalhei numa multinacional alemã que pagava minha bolsa de estudos. Em Maringá, sou muito grato a Rô Fagundes, minha primeira professora de teatro, que inclusive estava na minha casa nesse episódio que contei, quando gravei a voz do garotinho para minha mãe e percebi que queria teatro.

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