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O novo delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial (SDP), Osnildo Carneiro Lemes, que tomou posse na tarde desta quarta-feira (19), disse que a prioridade de seu trabalho em Maringá será o combate ao crack, que, segundo ele, é o principal motivo dos homicídios e crimes na cidade.

Lemes, que já havia sido delegado de Maringá nos anos 1990, concedeu entrevista à Gazeta Maringá nesta quinta-feira (20), por telefone, e comparou os principais problemas antigos e atuais do município. Osnildo Carneiro Lemes afirmou ainda que Maringá precisa de mais efetivo policial.

Gazeta Maringá: O que mudou em Maringá desde a gestação anterior do senhor, há quase 20 anos? Quais eram os problemas de então e quais são os de agora?

Osnildo Carneiro Lemes: Percebemos um grande progresso do município. E o progresso traz a criminalidade. Naquela época, eram crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos de veículos, principalmente para desmanche. Havia muitos roubos a bancos e joalherias. E, me lembro muito bem, que em 1991 pouco se falava sobre o crack. Naquele tempo, era a maconha a principal droga. Hoje em dia temos muitos usuários de crack em Maringá, uma droga perigosíssima à saúde humana. Com o aumento no uso do crack, aumentou também a criminalidade. Porém, temos que levar em conta que a cidade também cresceu muito.

Quais serão as prioridades para esta nova gestão?

Estamos tomando pé da situação agora e avaliando a realidade de Maringá. Por ser uma cidade considerada grande e muito movimentada, não vejo grandes problemas - muito pelo contrário, a cidade é segura, se [a] compararmos com outros grandes centros. Porém, temos que trabalhar para reduzir ao mínimo possível a criminalidade. Estamos estudando medidas para isso.

O meu principal foco em Maringá vai ser tentar combater o consumo de drogas, especialmente o crack. É nossa prioridade agora, em todos os bairros de Maringá e nas cidades da região. Vamos trabalhar em conjunto com o Denarc, combatendo os pequenos e grandes usuários. Vamos também definir linhas de investigação nestas primeiras semanas. Tudo para prender traficantes de drogas. Sabemos que o trabalho de investigação é demorado, mas vamos conseguir atingir bons resultados.

O efetivo policial de Maringá é suficiente? Há previsão de aumento?

O efetivo de Maringá não é suficiente. Não tenho números exatos aqui agora, mas sei que não é. Só no departamento de furtos e roubos, temos 12 policias. É um número pequeno, e precisamos de mais efetivo.

Estamos felizes com a notícia que o Dr. Júlio Cesar Reis, delegado-chefe do interior, nos deu nesta quarta-feira (19). Ele disse que será liberada a contratação de 500 policiais no primeiro semestre, em todo o Paraná. Disse também que há um planejamento para que, no segundo semestre, sejam contratados 600 policiais. Vamos aguardar porque sei que Maringá vai receber efetivo ainda nesse primeiro semestre.

O delegado apoia a ideia de armar a Guarda Municipal de Maringá?

Acho uma ideia muito interessante e sou favorável, sim, ao armamento da Guarda Municipal. Só penso o seguinte: no inicio, pelo menos nos seis primeiros meses, os guardas devem ser armados com armas não letais e, depois de um determinado tempo, eles podem ser armados com arma de fogo. Sou a favor, desde que os guardas sejam devidamente treinados e capacitados para isso.

E quanto às delegacias da região, que estão superlotadas. O delegado vê solução em curto prazo?

A secretaria de Justiça já está estudando esta questão. É uma área que não compete a mim dizer. Acho que esse problema de superlotação só será resolvido a partir do momento em que se invista em planejamento e estudos que concluam o que deve ser feito. Outra alternativa, talvez a melhor em curto prazo, é a construção de novos presídios.

E quais serão as ações para as cidades da região?

Temos seis comarcas e o problema principal de todas elas é a falta de efetivo. Não há escrivães, investigadores e até mesmo delegados suficientes. Vamos nos reunir na próxima semana com os delegados da região para tomarmos pé do que está acontecendo nestas cidades. Só a partir do momento que a gente sentar e conversar saberei o que fazer.

Os furtos e roubos estão preocupando a população, até mais que homicídios: como evitar ou combater?

Para combater o crime primeiramente precisamos aumentar um pouco mais o efetivo policial. Depois, combatendo o tráfico de drogas na cidade vamos conseguir diminuir o número de homicídios e roubos. Em relação ao minipresídio de Maringá que está interditado há algum tempo e mesmo assim continua recebendo presos. Há alguma medida a se tomar?

Estive lá na manhã desta quinta-feira verificando esta situação. Realmente é muito séria e preocupa. Há 175 presos naquele local, quando, na verdade, não deveria ter nenhum porque está interditado. Vamos procurar autoridades competentes o quanto antes porque realmente não há mais como continuar assim. Do jeito que está, vamos ter dor de cabeça diariamente. Só preciso de um tempo para marcar uma reunião com as autoridades competentes.

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