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Um grupo que representa os Odontólogos da Rede Pública do Município de Maringá foi à Câmara de Vereadores e apresentou carta pública pedindo manutenção da igualdade salarial entre os profissionais desta categoria e os médicos. O manifesto foi motivado pelo projeto de aumento de 105% da remuneração da classe médica, aprovado na sessão desta terça-feira (30). Segundo o grupo, os médicos e dentistas historicamente estiveram no mesmo grupo trabalhista, mas a paridade não foi respeitada na apresentação desse projeto.

"Não somos contra o aumento dos médicos, mas queremos que nosso trabalho também seja respeitado", disse Henrique Rodrigues Pereira, representante do grupo manifestante. A igualdade se aplica ao índice de reajuste, já que os odontólogos recebem salário nominal menor do que os médicos. Segundo Pereira, a prefeitura conta com um efetivo de 105 dentistas que seriam prejudicados pelo fim da paridade trabalhista.

Eles ainda pedem gratificação de produtividade e empenho (GPD), bonificação que foi concedida aos médicos. O texto foi aprovado em 1ª discussão com 11 votos favoráveis. Voltará em 2º turno em sessão extraordinária, às 19h.

Os vereadores comentaram o caso. "O projeto carece de análise de constitucionalidade para dividir essas duas categorias em sub-grupos. Outros incentivos que demos mantêm os dois funcionários no mesmo grupo. Voto a favor,mas bastará um questionamento legal que a categoria poderá fazer na sequência", disse Marly Martin (DEM).

"Não temos tempo hábil para fazer uma emenda, e mesmo que tivesse não seria aprovado, já que precisará sancionar amanhã. É uma questão importante que não vamos ter tempo de discutir", criticou Humberto Henrique (PT), sobre maratona de sessões.

Heine Macieira (PP), líder da administração, defendeu o texto. "Os servidores não estão sendo tratados de forma desigual. Existe uma defasagem no salários dos médicos que está sendo corrigida".

Salários vão subir até 105%

O aumento que a Prefeitura pretende conceder aos cerca de 200 médicos do município varia entre 50% e 105%, conforme o emprego do profissional. A conta inclui adicionais de produtividade. A ideia é tornar os concursos públicos mais atrativos para a categoria e, com isso, suprir a carência de médicos na rede municipal.

O maior reajuste será concedido aos médicos estatutários, cuja remuneração máxima passará de 1,8 mil para até 3,7 mil – um aumento de 105%. Em seguida vêm os profissionais do Programa Saúde da Família (PSF), cujo acréscimo salarial atinge 77%, passando de R$ 5,4 mil para até R$ 9,6 mil. Por fim estão os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cujo aumento previsto é de 50%, com o salário subindo de R$ 3 mil para R$ 4,5 mil.

Servidores são contrários

O Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) criticou nesta terça-feira (30) a proposta de aumento salarial dos médicos da cidade, que será votada pelos vereadores durante a tarde e a noite. Em nota oficial, o órgão diz os médicos estão recebendo tratamento diferenciado e que isso cria "sentimentos de menos valia" entre os demais funcionários públicos do município.

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