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Entrevista

Fernando Pires e Só Pra Contrariar animam o sábado em Maringá

O mineiro, em entrevista, falou do show neste sábado e contou um pouco da sua história

Fernando Pires, atual vocalista do Só Pra Contrariar (SPC), é mineiro de Uberlândia, flamenguista e assumiu o vocal da banda quando o irmão Alexandre Pires decidiu seguir carreira solo há cerca de dez anos. Compositor de sucessos como Minha Fantasia, Domingo e Que Se Chama Amor, ele disse, em entrevista por telefone à Gazeta Maringá, que há muito tempo não vem ao Noroeste do Estado e conta sobre o que o público pode esperar do show do SPC neste sábado. que

O vocalista sonha em escrever um livro com a história da família, que sempre esteve relacionada a dedicação à música. Pires fez comparação entre sua família e a história dos Jackson's, cujo representante mais celebre foi Michael Jackson. Segundo ele, as duas famílias têm um forte envolvimento com a música. Assim como os Jackson's fizeram parte da popularização do jazz e do blues nos Estados Unidos, o Só Pra Contrariar faz parte da história do pagode, na década de 1990, em todo Brasil.

O mineiro continua morando em Uberlândia (MG) e faz, junto com o grupo, cerca de dez shows por mês. "Trabalhamos muito durante mais de 20 anos. Parei um pouco com a correria de um show por dia", contou ele. Confira mais na entrevista abaixo:

GAZETA MARINGÁ: Você já conhece Maringá?

FERNANDO PIRES: Já estive em Maringá várias vezes. Mas faz muito tempo que não retornava à cidade. Creio que faz uns seis anos. Lembro que a última vez foi em uma exposição, estava lotado. Chegou a hora de reencontrar [os maringaenses]. Já fui na catedral, fiquei hospedado perto dela em uma das visitas. A catedral é muito bonita. A cidade tem praças bem cuidadas.

O que o público pode esperar do show deste sábado?

Vamos apresentar nosso último álbum Simbora Meu Povo. Essa turnê termina em dezembro. Vai fazer uns dois anos que gravamos esse álbum. Foi no final de 2009 em Uberlândia. No sábado, haverá algumas novidades. Terá também um resumo da nossa carreira inteira. Fazemos uma retrospectiva, desde o primeiro CD até as músicas mais recentes. É um momento bacana: falamos um ano e cantamos um sucesso do SPC naquela época. Também terá um DJ e misturamos o trabalho dele com o nosso. Fazemos um samba eletroacústico. Muito bacana! Vai ser um show bem divertido.

Quando será lançado o próximo álbum?

Estamos preparando, fazendo a pré-produção. Vamos começar a gravar o próximo álbum no começo de janeiro, para lançar em março de 2012. Estamos trabalhando nos arranjos

Além de você e do Alexandre Pires, há mais músicos na sua família?

Tem sim. Nossa família sempre foi musical. Meus pais tinham uma banda nos anos 1970 e 1980. Minha mãe era cantora e meu pai, baterista. Convivemos com esse movimento musical desde criança. É aquela coisa: Filho de peixe, peixinho é. Somos três irmãos. Eu sou o mais velho, depois vem o Alexandre [Pires] e tem também o João Júnior, que trabalha junto com o Alexandre. Ele é backing vocal, viaja junto com o Alexandre na turnê dele. Ele canta muito bem e também é bailarino. Também já trabalhou conosco em composições.

Como é a sua relação com o Alexandre Pires?

Muito boa. Trabalhamos juntos até hoje. Compomos, produzimos. Ele ajuda no nosso trabalho e eu também ajudo no trabalho dele. Fazemos do jeito que pode, damos opinião. Estamos sempre juntos. Alexandre, apesar de ser mais novo, sempre foi um cara muito maduro. Profissional exemplar. Sempre nos demos muito bem.

Você tem alguma inspiração?

Michael Jackson. A história da minha família é parecida com a dos Jackson´s. São várias as histórias. Nós todos cantamos e desde de muito cedo. Tenho um projeto de escrever um livro, contando a história da minha família. Meus avôs também eram músicos e vieram da África para Minas Gerais. Na minha família, tem tio que canta, primo que canta, até os cachorros lá de casa cantam. É muito forte. Meu avô era violinista, participava de serenatas em Minas Gerais.

Além da música, você tem outras paixões?

Já fui jogador de futebol. Mas sempre fui músico também. Tentei carreira de jogador de futebol lá nos anos 1980, mas foi quando decidimos montar um grupo de pagode. joguei no time profissional do Uberlândia Esporte Clube. Aí tentei conciliar a música com os jogos. Mas, infelizmente, ou felizmente, tive de parar pelo sucesso do trabalho musical.

Para que clube você torce?

Flamengo. Aqui em Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, tem muita influência dos times do Rio de Janeiro. As pessoas ouvem rádio do Rio. Como surgiu a ideia de formar o SPC?

Surgiu em festas de amigo, como toda banda. O trabalho foi crescendo. Eu e o Alexandre [Pires] vimos que daí poderíamos colher furtos. Gravamos uma fita cassete, em 1987, 1988, com músicas como Domingo, A Barata, Que Se Chama Amor, Out Door e outras. Tinha oito músicas nesse primeiro cassete, que nós mesmos produzimos. Aí, quando já tinha uns três anos que tocávamos na cidade e o grupo começou a ficar conhecido, um empresário, que tinha família na região e trabalhava em uma rádio, foi onde estávamos tocando. Ele gostou de nós, entregamos a fita cassete. Ele levou a fita para uma gravadora, que também gostou demais. Quando ficamos sabendo que íamos gravar um disco foi surreal. Nós tocávamos, mas não esperávamos o sucesso. Aí gravamos o primeiro disco e a música Que Se Chama Amor estourou. Chegamos a vender 1 milhão de cópias. O trabalho foi crescendo.

Para você, qual foi o melhor momento da carreira do SPC e qual foi a maior dificuldade enfrentada?

O ponto mais alto da nossa carreira foi quando nós ganhamos o prêmio World Music Awards [1998] em Mônaco, na França. A premiação reuniu os artistas do mundo inteiro. Todos que venderam mais discos em cada país. Fomos representando o Brasil e os países de língua portuguesa. Nós tínhamos vendido 3 milhões de cópia. Hoje sabemos que esse CD chegou a 4 milhões E nós estávamos no meio de tantos artistas, como Mariah Carey, Celine Dion, Shakira e nós mineirinhos lá no meio.A maior dificuldade foi a saída do Alexandre [Pires]. O grupo vivia um momento maravilhoso. E a saída dele foi uma estratégia da gravadora. E também uma vontade do Alexandre de fazer um trabalho um pouco diferente. Quando ele deu a noticia, junto ao pessoal da gravadora, que eu iria assumir o grupo como cantor,meu estômago gelou. Eu era baterista, sempre cantei, mas não tinha aquela responsabilidade de conduzir e interagir com o público. Cantor tem essa condição, tem esse dever de estar ali conduzindo. Tem uma responsabilidade muito grande. Deu tudo certo para o SPC e também para o Alexandre, super bem sucedido. Ele é sucesso no mundo inteirinho.

Tem alguma música do repertório do SPC que é inesquecível para você?

Várias. Mas vou citar: Domingo. Foi a primeira parceria com Alexandre na composição. E até hoje é sucesso nos shows. Parece que a música foi feita ontem.

Qual a diferença do pagode do século 21 para o pagode da década de 1990?

Hoje, o público de todos os estilo musicais se renova. É o que acontece com o samba [o entrevistado se refere ao próprio estilo como sendo samba e não pagode]. É o que vem acontecendo com o sertanejo. Conquistou essa legião de universitários, molecada. A tendência é renovar. Com o SPC, é legal, porque nos shows vemos o adolescente que cresceu ouvindo, teve filhos e vão todos juntos. A música é isso. O artista tem de se reinventar.

Qual é a principal característica do pagode?

O swing e a batida. As percussões. O samba é uma das músicas mais alegres. É um jeito de falar de amor com alegria. E nosso ritmo típico do Brasil.

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