O drama da Corol Cooperativa Agroindustrial, de Rolândia, que acumula dívidas de mais de R$ 300 milhões, pode chegar ao fim nas próximas semanas com uma possível fusão com a Cocamar, de Maringá. As discussões, que começaram há cerca de um mês, estão em estágio adiantado e a transação já é dada como certa pelas diretorias das duas cooperativas. União das cooperativas dará origem ao segundo maior grupo do gênero no Paraná, atrás apenas da Coamo Agroindustrial Cooperativa.
Conforme o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, os conselhos administrativos e fiscais das cooperativas já teriam aprovado a transação. "A tendência de ser confirmada é forte, pois fizemos várias reuniões e muitas pessoas estão abençoando, sinalizando positivamente", confirma o presidente da Corol, Eliseu de Paula.
Para que a fusão se concretize, contudo, ainda é necessário que os quase 15 mil cooperados de Cocamar e Corol autorizem o negócio. As empresas agendaram para a próxima semana uma série de reuniões para a apreciação da proposta. "Dessas pré-assembleias, sairão delegados para uma grande assembléia, a ser marcada no dia 11 de junho, em local a ser definido, para aprovação oficial da fusão", explica De Paula.
Ele afirma ter sondado a opinião de produtores associados à Corol e relata que eles seriam favoráveis à união.Lourenço estima que, se for aprovado, o negócio pode ser finalizado ainda neste ano. "Trata-se de uma fusão histórica, importante e grandiosa. São duas cooperativas que têm sinergia de agroindústria verticalizada e isso tudo vai convergir para atender as necessidades de todos os cooperados da região. Esse modelo certamente vai desencadear outras prováveis fusões de cooperativas no Paraná e no Brasil. Estamos somando não só capitais, mas principalmente pessoas numa só família", considera.
Para a Corol, a fusão pode marcar o início da recuperação de uma crise financeira que começou no ano passado e fez a cooperativa acumular dívidas de R$ 320 milhões. "O valor ainda é suportável, porque o patrimônio da Corol está estimado em R$ 1 bilhão. Mas a crise mundial fez com que a Corol descapitalizasse um pouco. Por esse motivo, não estamos aproveitando todo o potencial de produção na região", conta De Paula.
No ano passado, o faturamento da Corol foi de R$ 600 milhões e o da Cocamar, R$ 1,4 bilhão. "Creio que com a fusão, em cerca de três anos, o faturamento total pode chegar a R$ 3 bilhões, já que existem muitos produtores que podem ainda ser conquistados na região de atuação da Corol", estima Lourenço.
Se houver a fusão, a nova cooperativa será a segunda maior do Paraná, atrás da Coamo, e estará entre as cinco maiores do Brasil, atendendo, diretamente, a cerca de 120 municípios das regiões Norte e Noroeste do Paraná.
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