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paralisação

Justiça do Trabalho entra em greve em Maringá

Servidores reivindicam novo plano de cargos e salários e protestam contra lei federal que prevê congelamento de salários por 10 anos. Há 15,6 mil processos em andamento nas cinco varas do Fórum Trabalhista da cidade, que ficarão paralisados

Servidores do Fórum Trabalhista de Maringá entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (12). De acordo com o delegado do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho (Sinjutra) de Maringá, Jeferson Nunes, a estimativa é de que até 80 dos cem funcionários devam cruzar os braços até o fim da tarde, para reivindicar novo plano de cargos e salários e protestar contra o projeto de lei federal que prevê o congelamento dos salários e o fim dos investimentos no setor por 10 anos.

Por conta da paralisação, os processos judiciais envolvendo empregadores e empregados ficarão parados. Segundo Nunes, há 15,6 mil processos em andamento nas cinco varas do Fórum Trabalhista de Maringá. "No primeiro dia, como alguns funcionários ainda estão trabalhando, a recomendação é que as pessoas que tenham alguma audiência marcada liguem ou compareçam na própria Vara onde o processo está tramitando, para saber se haverá atendimento."

A greve não ocorre só em Maringá. Na manhã desta quarta-feira (12), servidores de Cascavel, Foz do Iguaçu, Ivaiporã e Londrina, além de Curitiba, aderiram ao movimento. Ao todo, a Justiça do Trabalho soma mais de 2 mil funcionários no Paraná. Em outros Estados, como Mato Grosso, a paralisação começou no dia 3 de maio.

Em Maringá, os funcionários realizaram no ano passado várias paralisações pontuais, de apenas um dia, como advertência de que a classe poderia parar se o Governo Federal não atende às reivindicações.

Nunes acrescenta que as greves têm acontecido com uma freqüência de quatro anos. "Parece Copa do Mundo", ironiza. As paralisações de 2002 e 2006 renderam novos planos de cargos e salários. "O problema é que, depois [da aprovação de cada plano], acumulamos tantas perdas salariais que tivemos de parar agora novamente, contra a nossa vontade", diz.

Uma portaria comunicando oficialmente o adiamento das audiências e do atendimento à população deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira (12).

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Curitiba ainda não se manifestou sobre a greve nos vários municípios do Paraná. Segundo a assessoria de imprensa, um balanço sobre os efeitos da paralisação será feito ao fim do dia. A aprovação do novo plano de cargos e salários e do projeto de lei federal dependem do Congresso Nacional.

Ministério do Trabalho

Além de correr o risco de não receber atendimento na Justiça do Trabalho, a população enfrenta dificuldades para obter a primeira Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) ou para solicitar o seguro-desemprego, porque o Ministério do Trabalho também está em greve em Maringá.

A emissão das carteiras foi suspensa no dia 19 de abril. Por enquanto, a CTPS e o seguro-desemprego só podem ser providenciados na Agência do Trabalhador, onde o atendimento está lento, por conta da demanda.

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