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MP deve convocar audiência pública

Este mês, o Ministério Público também informou que deve convocar uma audiência pública para discutir a falta de espaços destinados à concentração e ao lazer dos estudantes em Maringá. De acordo com o promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Kalache, a ocupação do prédio pela Umes evidencia a falta de locais públicos para os jovens e a necessidade de discutir o problema mais amplamente. Segundo ele, o Estatuto da Juventude prevê a disponibilização de equipamentos públicos aos estudantes.

"Em Maringá, não são oferecidos equipamentos públicos para que os estudantes se reúnam. Não podem ficar dentro da UEM, não podem ficar fora da UEM. Parece que só se interessam por eles quando geram divisas. Os estudantes só são valorizados durante o vestibular ou quando há uma greve de professores e o comércio sente falta deles. Precisamos debater isso", argumentou Kalache na ocasião.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou, na manhã desta quarta-feira (25), uma proposta para que os estudantes deixem a antiga sede da União Maringaense dos Estudantes Secundaristas (Umes). O prédio, que atualmente pertence ao MP, está ocupado há 17 dias pelo grupo de alunos, que reivindicam a retomada do local. Durante reunião entre os representantes do movimento estudantil e o promotor Maurício Kalache, o MP informou que o prédio poderá sediar serviços ligados ao interesse dos estudantes, como a Promotoria de Infância e Adolescência e a Promotoria de Educação.

Ainda de acordo com o promotor, o local também poderia receber reuniões estudantis e um memorial da Umes. "Os estudantes teriam acesso às dependências [do prédio], mas sem que isso signifique transferência da propriedade", ressaltou Kalache, que é o coordenador administrativo das Promotorias de Maringá.

A proposta do MP será levada para os demais estudantes, que devem participar de uma assembleia. Uma nova reunião foi marcada para esta sexta-feira (27), quando a Umes deve informar se aceita as condições dadas pela Promotoria.

"A conversa continua franca e aberta. O Ministério Público tem interesse de incentivar a politização da juventude e encara a ocupação com naturalidade", ponderou Kalache. A reportagem tentou contato com o presidente da Umes, Gustavo Andres Barros, mas ele não foi localizado para comentar a proposta do MP.

Entenda o caso

Durante décadas, o prédio – localizado na Avenida Cerro Azul, na Zona 2 - foi usado pelos estudantes como sede para encontros da Umes. No entanto, o imóvel que - que pertencia à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) - foi cedido ao MP em 2005 porque os estudantes não tinham renda fixa, deixando de arcar com reformas e com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Para forçar um acordo de compartilhamento de imóvel, estudantes invadiram o espaço – que havia passado por reforma - na madrugada do último dia 9. Desde então, o local tem sediado assembleias, saraus, exposições de poesia e outras atividades culturais.

Pelo menos 20 estudantes estão acampados no local, que não conta com energia elétrica ou telefone. Apenas o sistema hidráulico funciona com regularidade. Um aparelho de aquecimento portátil foi levado para o local para esquentar alimentos. Os membros da Umes também levaram os próprios colchões, roupas de cama e barracas.

Imóvel não pode ser cedido para terceiros

Em nota encaminhada para a imprensa no dia 9, o MP informou que a solicitação da Umes para uso compartilhado do local já havia sido analisada pela instituição. No entanto, de acordo com a Promotoria, existe uma cláusula específica no documento de doação que prevê a devolução do imóvel caso ele seja cedido a terceiros ou dado a outra destinação que não seja a utilização pelo MP.

Ultimamente, o local reivindicado pela Umes estava servindo como estacionamento para os funcionários do MP. A intenção do órgão é de que o imóvel abrigue a sede da Coordenação Administrativa das Promotorias de Maringá, a central de atendimento ao público, além de ser um espaço para a realização de reuniões e audiências públicas.

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