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O índio foi levado para o hospital após passar por uma triagem. Antes, foi encontrado na rua

O Ministério Público começou a investigar a internação de um índio que está há um ano no Hospital Psiquiátrico de Maringá. A Promotoria Especial de Proteção dos Direitos Humanos e de Combate à Sonegação e a Promotoria de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência, ambas de Maringá, têm dúvidas se o paciente tem mesmo algum transtorno mental, como afirma a direção do hospital.

O promotor de Proteção dos Direitos Humanos e de Combate à Sonegação, Maurício Kalache, diz considerar estranho que o corpo médico tenha chegado a um diagnóstico preciso, mesmo com a dificuldade de comunicação com o suposto índio, que não falaria português, mas somente o guarani.

Para apurar informações do diagnóstico, o corpo médico, o paciente, uma assistente social do Ministério Público e um indígena de Maringá que se prontificou a fazer a tradução do guarani para o português se reuniram na manhã desta sexta-feira (28). "Se o diagnóstico for confirmado, vamos tentar encaminhar o paciente para um estabelecimento mais próximo da família dele [que moraria no Paraguai]", diz Kalache.

Se o diagnóstico permanecer sem confirmação, Kalache diz que o Ministério Público poderá entrar em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a fim de tomar providências sobre o caso. No momento, além de Maringá, ele diz que Curitiba também acompanha o caso, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça às Comunidades Indígenas.

Na quinta-feira (27), a diretora do hospital, Maria Emília Parisoto de Mendonça, afirmou, em entrevista à RPCTV Cultura, que o paciente tem, sim, problemas mentais. Segundo ela, Segundo a diretora, "ele é um paciente psiquiátrico, com doença mental".

Kalache acrescenta que a Promotoria de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência acompanha regularmente os casos de longa internação em Maringá. O caso em questão já era conhecido, mas a Justiça não sabia que o paciente poderia ser um indígena. "Por meio da imprensa, tomamos conhecimento disso e, agora, estamos acompanhando o caso mais de perto."

Para Kalache, o fato de existir a possibilidade de o paciente ser indígena é lateral neste momento. Ele diz que o caso levanta questão sobre o atendimento médico prestado a todas as pessoas que não falam o português. "Como os médicos podem fazer um diagnóstico exato se o paciente for russo, por exemplo?"

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