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Pesquisa de melhoria genética em abelhas vence Prêmio Santander

Projeto desenvolvido pela UEM ganhou R$50 mil para dar continuidade aos estudos, Intenção é aumentar renda de apicultores da região

Reitor Décio Sperandio e professora Maria Claudia Takasusuki, durante entrega da premiação | Divulgação
Reitor Décio Sperandio e professora Maria Claudia Takasusuki, durante entrega da premiação (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa de melhoria genética da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que promete aumentar a produtividade e a renda de apicultores foi vencedora do 5º Prêmio Santander de Ciência e Inovação. A premiação ocorreu em São Paulo, na noite desta terça-feira (17), e os pesquisadores vão receber R$50 mil para investirem na continuidade do projeto. Uma das professoras responsáveis, Maria Claudia Takasusuki, e o reito da UEM, Décio Sperandio, compareceram à solenidade.

O prêmio é um dos mais importantes e disputados do Brasil. Os oito vencedores, em diferentes categorias, foram selecionados entre os 20 finalistas de todo o País. Nesta quinta edição, os prêmios tiveram 2.116 inscritos, um crescimento de 11% comparado ao ano passado. Desde 2005, contemplou 29 universitários e pesquisadores-doutores que se destacaram pela inovação das propostas, viabilidade técnica e potencial para gerar riquezas, entre outros critérios avaliados.

A pesquisa maringaense vencedora promete aumentar a produtividade e a renda dos apicultores que vendem geleia real, secreção produzida por abelhas. O projeto foi o único do Paraná entre os finalistas. Os professores Maria Claudia Takasusuki, de Biologia; e Vagner Arnaut de Toledo, de Zootecnia, farão o sequenciamento dos alelos das proteínas MRJP (sigla em inglês), que são as responsáveis pela produção de geleia nas abelhas rainhas.

O sequenciamento será cruzado com os índices de produtividade das abelhas, o que permitirá descobrir, com precisão, quais rainhas são as mais produtivas. Os insetos com os melhores resultados serão reproduzidos, dando origem a abelhas operárias mais eficientes que as atuais.

A expectativa dos pesquisadores é, com isso, elevar o rendimento de cada inseto em até 5%, o que traria importantes ganhos aos apicultores, pois a produção de geleia real é custosa e complexa - uma caixa de grande porte, com cerca de 50 mil operárias, produz apenas 300 gramas do produto. Há ainda o agravante de que o material não pode ser estocado.

Para Maria Claudia, o uso de abelhas mais produtivas tornará o negócio mais vantajoso. "A geleia real tem boas perspectivas econômicas. É um produto com muitas propriedades, que previne alguns tipos de câncer, e que é bastante usado na indústria cosmética. O Brasil tem muito a avançar nessa área."

Devem ser beneficiados apicultores de Diamante do Norte, município a 160 quilômetros de Maringá, com quem a UEM já mantêm parceira. "Ainda não definimos exatamente como vamos levar os resultados da pesquisa para lá, mas uma das ideias é fornecer as abelhas rainhas estudadas aos produtores", adianta Maria Claudia.

O sequenciamento das proteínas será iniciado em março do ano que vem e deve durar dois anos. A UEM possui os equipamentos necessários para o estudo, que terá custos apenas com material laboratorial, estimados em R$ 8 mil, no total. Além dos dois professores, quatro alunos, de mestrado e doutorado, participam da pesquisa. O grupo estuda melhorias genéticas em abelhas africanizadas da espécie Apis mellifera há cinco anos.

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