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Vizinhos e parentes de uma menina de nove meses podem ser indiciados por lesão corporal ou até por tentativa de homicídio, praticada contra um rapaz de 21 anos, residente em Paiçandu, região Noroeste. A mãe da criança suspeitou de abuso sexual contra a filha e espalhou o relato entre os conhecidos. A história revoltou os populares que surraram o rapaz no último domingo (6). A mulher registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, mas na terça-feira (8) o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ficou pronto e constatou que não houve estupro.

A mulher compareceu à delegacia na segunda-feira (7) para denunciar o jovem, como relatou o delegado de Paiçandu, José Nunes Furtado. Antes disso ela teria levado a bebê ao Hospital Municipal e o médico deu encaminhamento para o exame no IML. "Mas ela já havia falado que a criança sido estuprada", disse o delegado, e isso resultou na surra.

A Polícia Civil agora vai apurar duas situações. A prática de ato libidinoso por parte do jovem, que hoje é enquadrado na legislação como estupro, independente da consumação ou não da prática sexual. "Tem a suspeita, mas não há testemunhas", explicou Furtado.

Também será averiguada a lesão corporal contra o mesmo rapaz. "Se ele quiser pode representar contra as pessoas (que o agrediram). Depende ainda da intenção e da gravidade dos ferimentos", lembrou o delegado, pois isso pode caracterizar tentativa de homicídio, quando o indiciamento corre à revelia da vontade da vítima. Até essa quarta-feira, ninguém havia prestado depoimento sobre essa parte do caso, nem mesmo o jovem, que está escondido em Maringá.

Furtado alertou sobre essa tipo de atitude reacionária por parte da população. "Não tentem fazer justiça com as próprias mãos. Como ocorreu aqui, as pessoas pegam um fato falso e tomam como verdadeiro. Quem causou a lesão vai ser responsabilizado".

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