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Novo Centro reflete o aquecimnto do mercado imobiliário em Maringá: Prédios novos, em contrução e fundações para novas obras | Fábio Dias
Novo Centro reflete o aquecimnto do mercado imobiliário em Maringá: Prédios novos, em contrução e fundações para novas obras| Foto: Fábio Dias

Alteração do Plano Diretor vai dividir grandes vazios urbanos

Dentre as alterações previstas para o Plano Diretor de Maringá está a revisão de ocupação territorial. Os proprietários de grandes áreas vão ter de dividir os territórios para transformá-los em lotes para construção de residências. Cerca de 130 propriedades já foram notificadas pela prefeitura e os donos terão um ano para protocolar o parcelamento compulsório dos terrenos e mais um ano para terminar de executar a divisão.

As grandes áreas existentes no perímetro urbanos de Maringá, como sítios e fazendas, são chamadas de áreas de contenção. São esses locais que a prefeitura quer que sejam transformadas em lotes. De acordo com o secretário, o principal motivo da revisão da ocupação territorial é a falta de terrenos para a construção de obras residenciais na cidade.

O secretário de planejamento, Jurandir Guatassara Boeira explicou que Maringá tem apenas 4,07% (5,56 quilômetros quadrados) de terrenos acessíveis para construção, aproximadamente 8 mil lotes. As áreas de contenção, que correspondem a 16,17% do perímetro urbano da cidade (22,13 quilômetros quadrados), também seriam usadas para criação de mais 32 mil lotes de até 300 metros quadrados. "Isso ajudaria a promover uma redução de preços dos terrenos na cidade e também contribuiria para construção das 2.900 casas do projeto Minha Casa Minha Vida do governo federal", afirmou

  • Especialistas imobiliários garanetm que apartamentos em Maringá podem custar entre 20% a 25% a mais do que os imóveis situados em bairros semelhantes de Curitiba
  • Apartamentos mais procurados em Maringá são os de dois ou três quartos na faixa entre R$ 80 mil e R$ 180 mil

Quem pretende comprar um imóvel em Maringá deve preparar o bolso para adquirir uma unidade em qualquer bairro da cidade. Casas, terrenos, apartamentos ou salas comerciais estão com o preço para lá de salgado. Com menos de R$ 37 mil não é possível encontrar um terreno de 300 metros quadrados na Cidade Canção. Já em bairros mais afastados de outros municípios como Curitiba, Londrina e Cascavel, é possível adquirir a mesma área com R$ 10 mil. É o que apontou a Secretaria de Planejamento de Maringá, na última reunião que discutiu o Plano Diretor.

Com intuito de baixar os valores do mercado imobiliário, a prefeitura está revendo o Plano Diretor da cidade para liberação das áreas de contenção (sítios e fazendas que estão no perímetro urbano) para criação de novos lotes residenciais. Falta de terrenos e a especulação dos investidores seriam os principais fatores para o alto preço dos imóveis.

A região de Maringá tem o Custo Unitário Básico (CUB) da construção mais barato do estado. O CUB é o principal indicador do setor da construção, que é o resultado do cálculo do custo unitário da obras dividido pela área a ser contruída. O valor do CUB maringaense, em maio, ficou em R$ 763,78. Valor menor do que o de Curitiba (R$ 804,38), Londrina (R$ 800,35) e da região Oeste (R$ 803,13).

Então por que, na hora de comprar uma casa ou apartamento, se paga tão caro em Maringá? A resposta do diretor de economia e estatística do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon), Cláudio Alcalde é simples: "Por causa do valor do terreno." A oferta de áreas não atende à demanda e faz com que os preços disparem. "O preço do terreno é fatalmente incorporado ao custo final da obra e acaba influenciando na alta dos preços" afirma Alcalde.

Segundo o secretário de planejamento, Jurandir Guatassara Boeira e especialistas do ramo imobiliário, isso ocorre por causa da falta de áreas para construção, da especulação do mercado por investidores e da qualidade de vida que a cidade oferece. "Nossa intenção é abrir novas áreas para que o preço desses imóveis caia um pouco. Trata-se de um problema social. Uma pessoa com baixa renda não pode construir. Com R$ 15 mil é possível erguer uma casinha, mas onde? Se o terreno mais barato, com estrada de chão e sem infraestrutura, custa R$ 37 mil", explica Boeira.

O presidente da Central de Negócios Imobiliários, Marco Tadeu Barbosa diz que um apartamento, em Maringá, pode custar 25% a mais do que o mesmo imóvel num bairro de padrões semelhantes, em Curitiba. Segundo ele, os apartamentos mais procurados, na Cidade Canção, são os de dois ou três quartos na faixa entre R$ 80 mil e R$ 180 mil. Kitnetes têm aluguel de quase R$ 800.

Para Barbosa, outro fator que influencia no preço dos imóveis é a organização do município que dispõe de bairros com boa infraestrutura. Maringá se orgulha de ser uma cidade onde não existem favelas. "É uma cidade que nasceu planejada e tem excelente qualidade de vida. É um pólo que oferece empregos, renda em quase todos os setores e tem grande expectativa de crescimento. Tem excelentes atrativos para quem pretende morar ou investir", disse.

O empresário Renato Muçouçah sabe bem disso. Ele comprou quase uma dezena de apartamentos que ainda está na planta. Ele justifica que o investimento em imóveis é seguro, de bom rendimento e que tem lucratividade certa. "Nos últimos anos o imóvel tem dado rendimento muito superior aos investimentos bancários. Se você escolhe bem e compra um apartamento pelo preço de R$ 100 mil, depois de pronto você vende por R$120 mil, no mínimo. São 20% de lucro", garante.

A explosão da construção civil em Maringá vem ocorrendo desde 2006, segundo os especialistas do ramo. Prova disso são as grandes obras que estão sendo erguidas no chamado Novo Centro. Só em 2008 foram construídos 931 mil metros quadrados – 48% a mais do que em 2007, com 629 mil metros quadrados de construção.

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