A Prefeitura de Sarandi, Noroeste, vai notificar as empresas e pessoas que forem flagradas depositando entulho irregularmente no aterro clandestino identificado pela reportagem do telejornal Paraná TV. Depois da notificação, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) fica responsável por analisar os casos e emitir eventuais multas, que vão de R$ 500 a R$ 50 milhões, dependendo da gravidade do prejuízo ao meio ambiente.
A própria prefeitura não vai multar os infratores porque a punição máxima que pode aplicar é de R$ 200, valor irrisório, segundo José Luiz de Almeida, secretário de Saneamento e Meio Ambiente de Sarandi. Ele informou ainda que até o momento nenhuma notificação foi emitida, visto que as empresas, principais geradores de resíduos, estão cumprindo a determinação da prefeitura de não mais utilizar o aterro clandestino.
Segundo Almeida, a prefeitura realizou uma reunião com as empresas envolvidas de Sarandi, onde cinco delas compareceram. As presentes e outras três, num total de oito empresas, receberam um ofício com a nova determinação da prefeitura.
A própria Prefeitura da Sarandi utilizava o aterro clandestino para depositar material, prática que não ocorre mais, segundo o secretário Almeida. Ele explicou que estão buscando a liberação do IAP para utilizar outra área, de cerca de quatro alqueires, para depositar material orgânico oriundo de poda de árvores, varredura de ruas e corte de grama. "São quatro alqueires perto do Rio Sarandi, mas grande parte está em área de preservação ambiental", disse ele. A área já pertence à prefeitura.
Menores no local
Desde que crianças foram flagradas trabalhando no aterro clandestino de Sarandi, entre elas um menino de 9 anos, o Conselho Tutelar da cidade tem feito incursões diárias ao local para tentar identificar outros menores. Na sexta-feira (23), dois adolescentes foram identificados e encaminhados para serem matriculados em escolas e em programas de proteção. Depois disso, nenhum outro adolescente ou criança foi encontrado no local.
Segundo Wilian Zanin, conselheiro tutelar na cidade, as famílias das crianças estão sendo acompanhadas por assistentes sociais, e só caberá representação contra os pais se a situação voltar a acontecer. "A primeira instância é a orientação e a segunda é uma representação contra os familiares", disse Zanin.
O conselheiro confirma que o aterro agora está vazio. Segundo ele, a prefeitura também fez uma trincheira no local para evitar que as pessoas vasculhem os resíduos. "Ficou mais fácil trabalhar depois que os órgãos começaram a trabalhar juntos", disse.



