• Carregando...

Segue em segunda discussão nesta quarta-feira (28) o projeto de reestruturação da Câmara Municipal de Maringá, que propõe o corte de 18 dos 168 cargos comissionados, entre outras modificações. A proposta foi aprovada na terça-feira (28) por nove votos favoráveis e cinco contrários. Em entrevista ao Paraná TV 1.ª Edição, o diretor da Sociedade Eticamente Responsável de Maringá (SER), Décio Pialorissi, fala que a atual proposta envergonha os maringaenses. Para ele o corte poderia ser bem maior e a economia dos gastos revertida em benefício da população. A SER é uma entidade que fiscaliza os órgãos públicos municipais e mentora do Observatório Social.

Polêmica

Com as mudanças propostas pelo atual projeto, a Câmara deixa de gastar cerca de R$ 700 mil por ano. Para a oposição a economia poderia ser bem maior. Eles realizaram um estudo paralelo, divulgado no início do mês, propondo um corte de 68 cargos comissionados e a manutenção de apenas 10 cargos de indicação política, para o setor administrativo, resultando em uma economida de R$ 3,5 milhões ao ano.

A Câmara de Maringá tem hoje 35 funcionários concursados e um número bem maior de pessoas que trabalham por indicação política: 78 no setor administrativo e 90 lotados nos gabinetes dos vereadores. O corte, em votação agora, é apenas para o setor administrativo.

"Em uma empresa privada você corta o que acha que deve cortar, pois você é o dono. Aqui não, nós temos 15 donos, que representam o povo, pois foram eleitos legitimamente. A maioria dos vereadores não queria o corte exagerado, mas um corte menor", diz Heine Macieira (PP), vereador que foi autor do relatório que propôs o corte de 22 cargos comissionados.

Muitos vereadores, no entanto, não concordam com o posicionamento de Macieira. "Esse corte é pequeno. A Câmara de Maringá continua com o maior número de assessores por vereador, com exceção de Curitiba, ou seja, é um número excessivo e desnecessário. Existe um estudo técnico em favor da nossa posição", fala o vereador Flávio Vicente (PSDB) um dos autores do projeto alternativo, que propõe um corte de 68 cargos comissionados na Câmara.

O presidente da Câmara, Mário Hossokawa (PMDB), concorda que a sociedade pede que o corte no número de funcionários seja maior, mas para ele o corte de 18 cargos é um avanço. "Nós vamos fazer um concurso público e contratar o mínimo possível para os locais onde há necessidade de fazer a reposição", diz.

Entrevista

Confira a entrevista que um dos diretores da SER, Décio Pialarissi, concedeu ao telejornal da RPC, Paraná TV 1ª Edição.

O vereador Haine Macieira disse que a Câmara de Vereadores tem 15 donos. É isso mesmo?

O vereador mais uma vez está equivocado. Eles são apenas representantes do povo. Os donos são aqueles que estavam na galeria, ou trabalhando, esperando que eles votassem de acordo com as suas propostas anteriores, quando candidatos, de moralizar a Câmara Municipal.

O vereador Mário Hossokawa diz que deve ser aberto um novo concurso para contratar outros funcionários. Esses 18 que serão cortados são necessários? Então vai ser um número menor, no final das contas?

Na verdade a proposta mais séria é aquela que corta quase 70 cargos. Ela é tão viável, que é referendada por um estudo dos funcionários concursados da Câmara e pelos vereadores que montaram um projeto alternativo. Os vereadores que estão se opondo a essa modernização envergonham a cidade de Maringá, pois a grande maioria das Câmaras de Vereadores de outros municípios tem um número bem menor de funcionários.

Com o dinheiro economizado poderia ser feito investimentos em benefício da população

A Câmara gasta cerca de R$ 15 milhões por ano, cerca de R$ 3,5 poderiam ser economizados e destinados, acordando com a Prefeitura, para serviços como a saúde pública. Há cerca de 15 mil pessoas que estão a espera de uma consulta especializada e outras milhares que esperam uma cirurgia. A medida que isso não ocorre, não é exagero dizer que esses vereadores são co-responsáveis pelas mortes que ocorrem em função da demora nas cirurgias e consultas especializadas.

Agora é papel da sociedade fiscalizar, não é mesmo?

Nós fazemos um convite à população, à todas as pessoas que já tiveram problemas com a saúde pública, que compareça à Câmara de Vereadores e veja se o seu vereadores está votando de acordo com o que você esperava dele. Fazemos um apelo aos novos vereadores: vocês foram eleitos com a expectativa de mudar o comportamento anterior. Sejam fiéis e aliados com a sociedade, e não com interesse político partidário.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]