Manifestantes quebraram agências bancárias, bases da Polícia Militar, uma concessionária e equipamentos públicos na Avenida Paulista, em São Paulo, durante um protesto na noite desta sexta-feira (26). A manifestação era em apoio aos protestos no Rio de Janeiro e contra a violência policial. Segundo a a Polícia Militar, pelo menos 500 pessoas participavam do ato, quando um grupo passou a pichar muros e praticar atos de vandalismo.
Veja fotos do vandalismo em São Paulo
Pelo menos dez agências bancárias, de Bradesco, Itaú e Santander, foram depredadas. O grupo também destruiu um semáforo, uma concessionária da Chevrolet, bases da PM, relógios SOS e canteiros centrais, além de atear fogo a sacos de lixo e entulho.
Tropa anarquista
O protesto começou no fim da tarde no Museu de Arte de São Paulo (Masp). De lá os participantes ocuparam a Avenida Paulista e seguiram em direção ao Paraíso. Por volta das 20h, uma espécie de "tropa de choque anarquista" - os black blocs, grupo de mascarados que protesta de forma violenta e com depredações - tomou a frente do movimento, quando a passeata estava perto da Estação Brigadeiro do Metrô. Pouco antes, na Avenida 23 de Maio, o grupo havia parado um ônibus biarticulado e bloqueado a via no sentido zona sul.
O grupo usou pedras e outros objetos para quebrar os vidros e entrar na concessionária, quando começaram a depredar os carros da loja. A ordem que alguns manifestantes era para que somente agências bancárias fossem depredadas. Carros da PM se aproximaram do local e usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. A PM reagiu com bombas de gás e deteve manifestantes para averiguações, mas não há confirmação de prisões ou feridos.
Os atos de vandalismo foram condenados por parte dos manifestantes que defendiam o protesto sem violência. Eles gritavam pedindo uma manifestação sem vandalismo e o outro grupo respondia "Sem moralismo". O protesto também pedia explicações para o sumiço do pedreiro Amarildo Dias da Silva, 42, que desapareceu após uma ação policial na favela da Rocinha.
"Nosso ato era somente para protestar contra a violência policial no Rio de Janeiro e o sumiço do Amarildo. Não pregamos a violência, mas a partir de um momento, os black blocs começaram a entrar no ato e quebrar tudo", disse um manifestante que não quis se identificar, mas disse ser um dos organizadores. Os manifestantes levavam cartazes e faixas com críticas ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e à violência policial registrada recentemente no estado.
Em torno das 21h30, a Avenida Paulista, sentido Consolação, ainda estava bloqueada para o tráfego de veículos, na altura do Shopping Pátio Paulista. Os manifestantes se dispersaram no fim da noite.
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