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De cada 100 curitibanos, 47 admitem que não sabiam da realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A consulta foi realizada pela Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo, entre os dias 7 de 11 de junho – antes do início do evento, quando a divulgação foi ampliada na imprensa. Um levantamento feito pelo Ministério do Meio Ambiente em abril indicou que 78% dos brasileiros não sabiam da Rio+20.

No Paraná, o desconhecimento chega ao ponto de muitos entrevistados ignorarem em qual cidade o evento ocorre. Um em cada cinco não disseram que o Rio de Janeiro abriga a conferência. Contudo, a consulta revela que o pessimismo de ambientalistas e delegações que circulam pelos corredores do Riocentro não contaminou os curitibanos: 65% dos entrevistados acreditam que alguma decisão importante para proteger o meio ambiente será tomada na Rio+20. Questionados se o conceito de sustentabilidade fazia algum sentido, 70% dos consultados afirmaram que sim. Na pesquisa feita pelo Ministério do Meio Ambiente, 47% dos brasileiros disseram saber o que é desenvolvimento sustentável.

A propósito: a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece até o dia 23 de junho e reavalia as duas décadas desde a realização da Rio92, não se propõe a ser um evento somente ambiental. O objetivo é aliar também os aspectos social e econômico e debater como atender as necessidades da população atual sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.

Debates

Muitas pessoas ainda permanecem alheias aos debates ambientais por não perceberem a relação entre a proteção da natureza e suas vidas. Essa é a opinião da bióloga Nurit Bensusan, que elaborou o livro Meio ambiente: e eu com isso? justamente para tentar aproximar do cotidiano a necessidade de preservação dos recursos naturais. Uma das formas de provar a proximidade das consequências, para Nurit, é mostrar os problemas ambientais que têm reflexos nas cidades. "A pessoa acha que só porque é um ser urbano nao depende das florestas", pondera.

A percepção da grande cadeia produtiva envolvida para que um produto possa chegar na casa dos consumidores seria um grande primeiro passo, acredita Nurit, para que a população em geral prestasse mais atenção à necessidade de se preocupar com as questões ambientais. "O debate vai além do uso ou não de sacolinhas plásticas. Se as pessoas soubessem quanta água é usada para a produção de alimentos, poderiam agir com mais consciência e desperdiçando menos", avalia. O caminho, na visão de Nurit, é o consumo responsável.

Sobre a Rio+20, a bióloga acredita que faltou buscar formas de envolver mais a sociedade nas discussões que antecederam o evento. "Enquanto as pessoas acharem que o debate ambiental é uma questão técnica, que fica a cargo de alguém para resolver por elas, vão continuar delegando a responsabilidade e se afastando das decisões", diz. Nurit elaborou um livro especialmente para envolver as crianças nas discussões da Rio+20.

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